O Encontro de Gênero da Bahia e Sergipe levou os bancários às diversas reflexões sobre luta pela igualdade oportunidade no ambiente de trabalho durante as três horas de evento, na noite desta terça-feira (10/05), por videoconferência. O Programa de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e a implementação do canal de denúncias para as bancárias vítimas de violência foram destaques nas discussões.

A diretora de Gênero da Federação da Bahia e Sergipe, Nancy Andrade, ressaltou que a os bancários foram a primeira categoria a ter uma mesa de igualdade de oportunidade para tratar do tema diretamente com os bancos. Também falou sobre dados relacionados à violência de gênero, sobretudo as agressões contra às mulheres.

Durante participação no Encontro, a secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira, fez um debate enriquecedor sobre assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Alertou para os diversos casos de adoecimento oriundos da postura assediadora e cobrança por metas dos patrões. Nos bancos, por exemplo, 47% dos trabalhadores que perderam emprego por problema de saúde eram mulheres.

Julieta ainda lembrou da pesquisa que aponta que em 2020, já durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, 47% das mulheres sofreram algum tipo de assédio sexual no ambiente de trabalho. Por isso, destacou a necessidade de denunciar e fiscalizar os locais para combater as práticas. Além da ratificação da Convenção 190 no Brasil, pois o mecanismo reconhece que a violência e o assédio moral ou sexual no trabalho ameaçam a igualdade de oportunidades.

Com um olhar direcionado à diversidade no mundo do trabalho, o jornalista Onã Rudá, mostrou aos participantes do Encontro de Gênero a situação da ausência de pessoas LGBTQIA+ nos ambientes de trabalho. Um dos exemplos dados pelo comunicador e criador de conteúdo para a internet foi o preconceito enfrentado na entrevista de emprego.

Segundo Rudá, um levantamento mostrou que 36% das empresas não contratariam pessoas LGBTQIA+ para cargos de chefias e 68% das pessoas escolhem esconder a orientação sexual no trabalho. Recordou ainda que no Censo da Diversidade Bancária 2014 foi constatado que apenas 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais.

Também participaram das discussões o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, e a presidenta do Sindicato de Sergipe, Ivânia Pereira.

As demandas abordadas pelos bancários durante o Encontro de Gênero da Bahia e Sergipe serão levadas para a 24ª Conferência Bahia e Sergipe, que será realizada nesta sexta-feira e sábado (13 e 14/05), no Hotel Portobello, em Salvador.

Fonte: FEEB BA/SE