O movimento dos trabalhadores bancários se mantém vigilante após a realização da 19ª Conferência Nacional dos Bancários, ocorrida no final de julho. Enquanto buscam formas de esclarecer a categoria sobre o impacto da reforma trabalhista, dirigentes também denunciam o conluio entre bancos privados e o governo de Michel Temer.

O perdão da dívida de bancos, como Santander e Itaú, pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) deverá gerar uma campanha da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF) contra a medida de Temer que beneficia os banqueiros.

Santader e Itaú tiveram perdoadas pelo órgão as dívidas de 338 milhões com imposto de renda e 25 bilhões, respectivamente. Há ainda a operação para perdoar a dívida do Bradesco que, segundo a Contraf, foi ainda mais escusa.

“O governo, através da Ativos, empresa controlada pela Banco do Brasil, uma empresa pública, para comprar a dívida de R$ 4 bilhões em carteiras de crédito vencidas do banco privado”, afirma reportagem no portal da CUT.

“É uma grande preocupação nossa, esse discurso das reformas Tributária e da Previdência, de que os culpados pela dificuldade de orçamento e receita são os trabalhadores. Esse montante perdoado, ajudaria a pagar, inclusive, o alegado déficit da Previdência”, afirmou o presidente da CONTRAF, Roberto von der Osten.

Em troca do tratamento do governo, os banqueiros defendem as reformas da Previdência e Trabalhista, esta última virou lei e começa a vigorar em novembro.

Publicação desta terça-feira (8) no site do Sindicato dos Bancários da Bahia confirma a parceria governo Temer e banqueiros e aponta que os banqueiros são os únicos a lucrar no atual cenário de crise.

“O cenário no Brasil está ruim para quase todos os setores, menos para os bancos. Estranhamente, em meio à crise econômica e política, Itaú e Bradesco, ampliam os lucros de forma excepcional. No primeiro semestre, cada um colocou nos cofres R$ 12,345 bilhões e R$ 9,3 bilhões, respectivamente”.

Ainda segundo a publicação dos bancários da Bahia, “É só conferir no site das empresas. No Itaú, há uma excessiva defesa a todas as reformas de Temer, inclusive a da Previdência e a PEC 55 - que congela os investimentos públicos por 20 anos”.

Nesta terça-feira (7/8) o Comando Nacional dos Bancários realizou um seminário em São Paulo que teve a participação de dirigentes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) para esclarecer os impactos da reforma trabalhista entre os bancários.

O presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, participou do seminário e destacou que a tarefa imediata é realizar uma ampla campanha esclarecendo a categoria sobre os efeitos imediatos da reforma no dia a dia.

"Temos a CCT com validade de 2 anos, o que garante alguns direitos até 2018. Mas precisamos desde já construir a mobilização para garantir que a reforma trabalhista não nos traga maiores prejuízos", conclui.

Do Portal Vermelho com informações do Sindicato dos Bancários da Bahia