Reestruturação, uso de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) no processo de seleção interna (PSI), jornada de trabalho e Saúde Caixa foram alguns dos temas discutidos na rodada de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e a direção da Caixa, realizada na manhã desta quarta-feira, 15 de janeiro, em Brasília.

No encontro, a representação dos trabalhadores cobrou também o fim da carreira por minuto, do uso do Revalida e do Bônus Caixa, além de empenho da direção da empresa para a retomada do convênio da Funcef com o INSS e garantia de condições de trabalho adequadas para os funcionários portadores de necessidades especiais.

A reunião começou com a CEE protestando contra o fato da Caixa ter apresentado o modelo de reestruturação na rede aos superintendentes em dezembro, sem a discussão prévia com a representação dos empregados sobre os impactos do processo em sua vida funcional, em desacordo com a cláusula 48 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

É grande a preocupação dos empregados que ocupam funções que, de acordo com o modelo apresentado, são mais afetadas, incluindo algumas em que há a previsão de extinção, como a de Gerente GOV/Social e Tesoureiro. A CEE reivindica o fim do processo de reestruturação, para preservar a capacidade de atuação da Caixa e evitar uma redução, direta ou indireta (via segmentação) da sua rede de atendimento.

A Caixa respondeu que existe uma necessidade de mudança, mas que não havia nada definido. Disse que as mudanças seriam necessárias para a estrutura se adequar ao novo modelo de banco que a direção da empresa propõe, que o modelo apresentado passou por um grupo de trabalho que contou com a participação da rede e que não tem mais feito novas nomeações em funções já em preparação do processo de reestruturação. A Caixa confirmou ainda as bases do modelo apresentado, ao responder que nas cidades em que só há uma agência o modelo atual de “agência universal” será mantido. O prazo para definição do modelo é de três meses.

Valorização do empregado

A CEE cobrou também na mesa o fim das funções por minuto como forma de realizar o provimento ordinário das funções de caixa, tesoureiro e avaliador. A Caixa respondeu que não há a perspectiva de retorno da nomeação efetiva para as funções de caixa e de tesoureiro.

A Comissão protestou ainda contra o modelo de PSI que prevê o uso da GDP como parâmetro, pois exclui os empregados que retornam de licença médica e maternidade. A Caixa respondeu que no caso de empregadas em licença maternidade seria facultado a utilização da nota do ciclo anterior. Com relação aos empregados que retornam de licenças médicas, a avaliação seria feita caso a caso. A CEE questionou quando o resultado da GDP seria conhecido. A Caixa respondeu que seria à partir da divulgação do balanço, e a previsão é de abril. A CEE cobrou o fim da GDP. A Caixa respondeu que a GDP é item estratégico, e que será mantida.

A CEE apresentou denúncias de aplicação do Revalida, a despeito do anúncio feito pela direção em meados de junho de 2019, inclusive em áreas meio que passaram por reestruturação. A representação da Caixa na mesa desmentiu a direção, e assumiu que o Revalida continua, e que é instrumento de gestão. A CEE aponta a contradição da Caixa, que no discurso supervaloriza o GDP, e na prática aplica um modelo discricionário como o Revalida, que hoje assume que é instrumento de gestão.

Bônus e jornada

A representação dos empregados cobrou também o fim do bônus Caixa no modelo proposto ou extensão deste para todos os bancários. Mostrou também que o bônus diminui o pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR). A Caixa diz que o bônus é aplicado de acordo com a estratégia da empresa, e direcionado a determinadas funções, especialmente para aquelas responsáveis por “mobilizarem” (ou cobrarem) os resultados das equipes.

A CEE cobrou também o pagamento das horas extras dos gerentes gerais e o fim de jornadas que extrapolem as 44 horas semanais. A Caixa respondeu que não fará o controle da jornada dos gerentes gerais sob nenhuma hipótese. A CEE externou a preocupação com a saúde dos trabalhadores e cobrou que o tema seja abordado em novas reuniões, para que sejam definidos parâmetros para os gerentes gerais, visando lhes garantir condições de trabalho adequadas.

Fonte: FEEB BA/SE