Mais de cem pessoas participaram na noite desta quinta-feira (17/9) do 4º Encontro das Bancárias da Bahia e Sergipe, que foi realizado por videoconferência, devido à pandemia causada pelo covid-19. Em debate, os impactos da grave crise sanitária, econômica e política enfrentada pelo país na vida das mulheres.

Logo na abertura, a diretora de Gênero da Feebbase, Grassa Felizola, falou da relevância do evento que teve como objetivo central reconhecer e valorizar a participação das bancárias na luta por igualdade, melhores condições de trabalho e também em defesa da democracia.

“O trabalho é questão central para as mulheres. Representa empoderamento e autonomia, mas também revela as dificuldades para enfrentar o machismo, que é tão comum dentro dos bancos. Nós bancárias, assim como as demais mulheres, continuamos recebendo menos que os homens mesmo tendo melhor formação. Não alcançamos os melhores cargos, nem os maiores salários, por isso lutamos por maior presença das mulheres nas diretorias dos sindicatos e nos cargos de governança dos bancos. Mas, a nossa luta é a luta de todas as mulheres”, disse Grassa.

Momento difícil

A primeira palestrante a falar foi a ex-deputada federal Ângela Albino, que ressaltou a necessidade de construção de redes de solidariedade feminina neste momento de pandemia, para minimizar os efeitos da grande desigualdade que atinge as mulheres. Falou também da importância do acolhimento neste momento em que muitas sofrem com a perda do emprego e o aumento da violência doméstica. “É tempo de isolamento, mas também de acolhimento”, enfatizou Ângela.

Em seguida a deputada Alice Portugal mostrou em dados como a pandemia atingiu fortemente as mulheres, que são maioria entre aqueles que perderam o trabalho no Brasil. “Dois terço das mulheres estão fora do mercado de trabalho e 42% das negras ganham menos de um salário mínimo. Isso, entre as que ainda estão empregadas, pois 24% das mulheres negras foram demitidas nos últimos meses.”

Para Alice, a luta em defesa dos direitos das mulheres é maior agora, com um governo que adota medidas que prejudicam os trabalhadores e a população mais pobre. “Neste momento, nós precisamos erguer uma série de bandeiras novas. Precisamos garantir a proteção das mulheres contra o desemprego, a fome e o desalento. A tarefa não será fácil, mas temos que seguir lutando para construir a igualdade que desejamos.”

O encontro contou também com a participação da deputada estadual Olívia Santana, que destacou a felicidade de ver tantas mulheres reunidas para discutir uma agenda de direitos, principalmente diante do governo Bolsonaro, que privilegia os bancos e retira direitos dos trabalhadores.

O presidente da Federação dos Bancários, Hermelino Neto; as presidentas do Sindicato de Sergipe, Ivânia Pereira, e de Feira, Sandra Freitas; a presidenta da UBM na Bahia, Juliana Campos, além do presidente licenciado do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, também fizeram saudações aos participantes do Encontro.

Fonte: FEEB BA/SE