O governo Bolsonaro deu mais uma demonstração de falta de empatia com a população mais pobre do país. Após muita pressão da sociedade, aceitou retomar o pagamento do Auxílio Emergencial aos trabalhadores afetados pela pandemia, mas diminuiu substancialmente o benefício, que foi fixado entre R$ 150,00 e R$ 375,00. Este valor não garante nem mesmo a alimentação básica para as pessoas.

De acordo com a Medida Provisória (MP) 1.039/2021, o valor base da terceira fase do auxílio emergencial será de R$ 250,00. No caso de famílias de uma pessoa só, o auxílio encolhe para R$ 150 na nova rodada. As mulheres provedoras de famílias monoparentais poderão receber um valor um pouco maior: R$ 375. O benefício será pago em quatro parcelas, sendo a primeira prevista para abril e a última para junho.

Um levantamento feito pelo Dieese, levando em conta os valores de alimentos que fazem parte da cesta básica, mostra que se distribuído pelos 30 dias do mês, o valor base do benefício (R$ 250) será suficiente para consumir diariamente menos de um bife, menos de meio copo de leite, uma concha e meia de feijão e três colheres de arroz. Daria para comprar também um quarto de xícara de farinha; meia batata; um tomate; um pão e meio; uma banana; quatro colheres de açúcar; duas colheres de óleo e menos de uma colher de manteiga. Esses itens teriam de alimentar toda a família, uma vez que, diferente da regra anterior, que permitia dois benefícios por lar, o novo critério permite o auxílio para somente uma pessoa em cada casa.

A diminuição do valor e o endurecimento nas regras para obter o auxílio foi duramente criticada pelo Dieese, pois acontece no pior momento da pandemia.

“Passado um ano, sem controle da pandemia e no centro da chamada segunda onda do coronavírus, com aumento da crise econômica e social, do desemprego, da informalidade, dos preços, particularmente dos alimentos, contas públicas e do gás de cozinha, as regras de acesso e valor do benefício foram pioradas, o que se refletirá no agravamento da crise econômica e social. O simples confronto entre o valor do benefício mensal e o custo da cesta básica revela o quanto o montante é insuficiente”, afirma o Dieese.

A postura do governo em relação ao auxílio é mais um ataque do governo ao povo brasileiro que está cada vez mais a mercê da própria sorte neste momento.

Fonte: FEEB BA/SE