Após o anúncio do fechamento de 300 agências do Bradesco, a COE (Comissão Nacional de Empregados) cobrou discussão sobre a garantia de empregos dos bancários. O número insuficiente de funcionários gera sobrecarga de trabalho, adoecimento e atendimento precário. Para tratar do tema, uma reunião foi marcada com a direção do banco para o dia 11 de dezembro.

A preocupação é ainda maior porque Octavio de Lazari, presidente-executivo do Bradesco, informou que pretende fechar 150 unidades ainda este ano e mais 150 em 2019. Mas, os representantes dos bancários vão reivindicar que a empresa respeite a cláusula 54 da Convenção Coletiva de Trabalho. Nela está prevista a realocação e requalificação profissional em situações específicas decorrentes de reestruturações organizacionais.

Nem o lucro de R$ 15,7 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2018, impede de o Bradesco eliminar postos de trabalho. O banco extinguiu 2.529 empregos em um ano, encerrados em setembro. No mesmo período, foram fechadas 193 agências, sendo 48 somente no último trimestre, e 35 postos de atendimento.

Para ilustrar as condições de trabalho do funcionalismo, em setembro de 2016, Bradesco possuía 109,9 mil bancários e 93,3 milhões de clientes, o equivalente a 848,8 usuários para cada empregado. A quantidade de correntistas subiu para 95,3 milhões dois anos depois. Na contramão, o número de funcionários caiu e chegou a 98,1 mil. Agora são 971 clientes para cada bancário. Desumano.

Com lucratividade cada vez maior, aumento do número de correntistas e da ausência do banco em muitos bairros das periferias, comprova que não há motivos para o Bradesco fechar agências.

Fonte: SEEB BA