Saúde e condições de trabalho foram os temas centrais da quarta rodada de negociação entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e a direção do Santander, realizada nesta sexta-feira (9/8), em São Paulo. Prioridade ao teletrabalho para funcionários com deficiência e regulamentação do direito à desconexão foram algumas das questões debatidas na reunião.

Entre as principais demandas apresentadas pela COE, destaca-se a proposta de que empregados com deficiência tenham prioridade para o teletrabalho. O direito deve ser estendido aos trabalhadores com filhões com deficiência e/ou neurodivergentes, independentemente da idade. Além disso, em casos que não for possível o trabalho remoto, deverá ser garantido uma redução de jornada diária nos dias de comparecimento presencial, sem desconto no salário.

Outra solicitação importante é que o Santander forneça um telefone celular corporativo para os empregados que também desempenham atividades externas. Esse dispositivo deverá contar com uma linha de dados suficiente para permitir a conexão compartilhada (Wi-Fi) com equipamentos de trabalho, como notebooks ou tablets. A COE também enfatizou a importância de garantir a comunicação direta e individualizada entre os representantes sindicais e os empregados que atuam nessas modalidades, por qualquer meio telemático.

Proteção ao trabalhador

A proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores também foi discutida na reunião. A COE reivindicou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) paritário, composto por representantes de ambas as partes, com a missão de eliminar ou reduzir riscos no ambiente laboral, com atribuições e prazos previamente definidos. Além disso, a análise ergonômica incluirá a prevenção contra riscos de violência, tanto internos quanto externos ao ambiente de trabalho, garantindo apoio e acompanhamento médico e psicológico para os trabalhadores afetados.

Outro tema debatido foi a regulamentação voltada para o uso de tecnologias no ambiente de trabalho. Os trabalhadores devem ter o direito a se desconectar fora do horário de trabalho legalmente estabelecido, garantindo-lhes seu tempo de descanso e privacidade. Para assegurar esse direito, o movimento sindical solicita a proibição do uso de dispositivos digitais como celulares e e-mails corporativos fora do horário de expediente. O banco também deve fornecer aos trabalhadores os equipamentos necessários para o desempenho de suas funções, como celulares e notebooks, evitando que o bancário use seu próprio equipamento e não possa se desconectar.

A cláusula ainda garante a privacidade dos trabalhadores, limitando o uso de tecnologias de vigilância e controle digital, e estabelece o direito dos empregados a não serem submetidos a decisões automatizadas sem intervenção humana, assegurando a participação dos sindicatos em casos de uso de inteligência artificial nos processos de tomada de decisão.

A direção do Santander se comprometeu a apresentar uma resposta global às demandas entre os dias 22 e 23 deste mês.

 

FEEB BA