A segunda mesa do 16º Congresso da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe debateu a conjuntura nacional e internacional, com exposições do jornalista José Reinaldo de Carvalho e o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos, que fizeram uma análise detalhada sobre o momento político e econômico mundial. A mesa foi coordenada pelo presidente do Sindicato de Irecê, Carlos Alberto Bezerra.
“O mundo está enfrentando por transformações inéditas em um século. Há tempos que não se viam tantas transformações econômicas, políticas e sociais, envolvendo tantas nações”, afirmou José Reinaldo de Carvalho, ao abrir sua exposição sobre a conjuntura internacional.
Ele explicou que muitas destas mudanças são frutos das crises econômicas continuadas, que vêm desde a crise de 2008, e a maioria dos países não conseguiram voltar ao nível de desenvolvimento econômico de antes. Com isso, tem aumentado o nível de pobreza e miserabilidade no mundo inteiro. Tem ainda a crise política desenfreada, com a fascistização da política. “O sistema político burguês social se esgotou e não há perspectiva de mudança para garantir a participação efetiva do povo se não for com a luta do movimento progressista”.
O jornalista destacou ainda o crescimento das bases militares dos Estados Unidos e aliados pelo mundo; o aumento da multipolaridade, com a liderança da China, com apoio do Brasil e Rússia e outros países do “BRICS”; e a crise ambiental como destaques das mudanças atuais.
No âmbito nacional, José Reinaldo de Carvalho defendeu que o principal aspecto para o movimento social e político brasileiro é a luta para que o governo do presidente Lula tenha sucesso. A luta é para garantir o aprofundamento da democracia, promover plano de longo prazo para o desenvolvimento econômico, garantir o desenvolvimento social e a defesa da soberania nacional, para que o Brasil tenha papel de destacado no desenvolvimento do mundo.
Desafios do cenário nacional
Continuando a análise sobre a conjuntura no Brasil, o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, chamou à atenção para a contradição enfrentada pelo país, onde o mercado financeiro, o setor que é o principal responsável pelo desequilíbrio das contas do governo, com os juros cobrados na dívida pública, pressionam pelo corte de gastos nas áreas sociais.
Ele destacou também a sabotagem do mercado, da grande mídia e do capital financeiro para fazer crer que o Brasil está em crise, quando e economia está em franco crescimento e os dados divulgados mostram isso.
A falta de auditoria da dívida pública, como prevê a Constituição, o ataque especulativo à moeda brasileira, a política sabotadora de Roberto Campo Netos, o bolsonarista que preside o Banco Central, a necessidade da disputa política e ideológica, além da mobilização para garantir a isenção do IR até R$ 5 mil, foram alguns dos pontos explanados por Augusto Vasconcelos.
O presidente do Sindicato finalizou dizendo que o propósito das forças democráticas é construir uma nação soberana, onde as pessoas usufruam das riquezas do país. “Estou esperançoso, apesar das dificuldades. Mesmo diante deste cenário, de tantos ataques, de crises provocadas e induzidas, somos parte importante daqueles que acreditam que este país pode avançar”. Para superar as crises, é essencial uma unidade democrática, progressista e popular.
FEEB BA