Reunidos, banqueiros e empresários cobram agilidade no ajuste das contas públicas, reforma da previdência e mudanças na legislação trabalhista. Para Alessandro Zema, co-presidente do banco Morgan Stanley não basta boa intenção, tem que executar, caso o contrário, o governo interino de Temer não terá justificado o impedimento do governo da presidenta Dilma Rousseff.

Para Bernardo Parnes, presidente do Deustche Bank é preciso que os juros se tornem cada vez maiores. Já para Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo Infraestrutura, “é preciso fazer mal na hora e bem aos poucos”, ou seja, maltratar o povo humilde e trabalhador e encher cada vez mais as burras de dinheiro dos mais ricos.

Como não bastasse, o programa de desmonte do estado brasileiro, conforme sugere Luciano Amadio Filho, é preciso recorrer urgentemente ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, liberar o mercado e com eles condicionar o novo modelo de ajustes a um rigoroso programa de privatizações e de entrega das empresas brasileiras às empresas de capital estrangeiro.

Ao que tudo indica, as intenções legislam contra os anseios e expectativas da maioria da população que reclama a retomada do crescimento, geração de emprego e mais investimentos sociais. As manifestações relatadas na edição da Folha de hoje (14), pressupõem o desmonte do Estado Nacional, privatizações das empresas estratégicas, previdência pública restritiva, redução dos investimentos públicos e extinção dos direitos laborais e sociais. Em síntese, a mensagem patronal é reveladora e, diante da tragédia anunciada, a classe trabalhadora e a sociedade brasileira logo terá motivos de sobra para dizer, “éramos felizes e não sabíamos”.


*Adilson Araújo – Presidente Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

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Artigo publicado originalmente em http://www.fitmetal.org.br/noticias/aberta/categoria/opiniao/id/2907