A greve nacional dos bancários não para de crescer. Em seu sétimo dia, nesta segunda-feira (12), 11.531 agências e 48 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas. O número representa 48,97% de todas as agências do Brasil. A mobilização cresceu 15%, na comparação com a sexta-feira (9).

Roberto von der Osten, presidente da Contraf e um dos coordenadores do Comando Nacional aponta que a Campanha Nacional 2016 chegou a um momento importante. “Nossa greve passou por um feriado nacional, por um fim de semana e vem enfrentando os Comunicados Internos dos bancos que tentam provar o improvável. Abono não é ganho real. É compensação por perdas. Cada vez mais bancários perguntam: se eles apregoam que estão reajustando salários por índices muito acima dos reivindicados, por que não concordam de uma vez com a inflação mais o ganho real, apresentam propostas relativas a emprego, saúde, segurança, condições de trabalho, igualdade de oportunidades e acabam de vez com este conflito? Os banqueiros nada respondem. Insistem com a velha tese usada nos anos 90 de ajudar a saída da ‘crise’ com ‘âncora’ de redução salarial. Ou seja, contribuem com o dinheiro dos outros. Os trabalhadores não criaram crise nenhuma e não querem pagar o pato. Por isso a greve aumentou. Tivemos hoje a adesão dos financiários à greve e, em alguns estados, dos cooperários (trabalhadores em Cooperativas de Crédito) mostrando que a insatisfação com os patrões do sistema financeiro cresceu."

Nesta terça-feira (13), o Comando Nacional dos Bancários volta a se reunir com a Fenaban, às 14h, em São Paulo. No último encontro, os bancos propuseram um reajuste de apenas 7% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3 mil. Mais uma vez não cobre, sequer, a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para cada bancário e bancária. O Comando Nacional rejeitou na própria mesa de negociação.

Bahia e Sergipe  

No sétimo dia da greve, a categoria dos dois estados fecharam 1.047 agências, sendo 873 na Bahia e 174 em Sergipe.

Os bancários baianos paralisaram as atividades em 286 unidades do Banco do Brasil, 197 da Caixa, 188 do Bradesco, 79 do Itaú, 59 do Banco do Nordeste, 40 do Santander, 17 do HSBC, além de 7 bancos menores. Na base do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região, todas as 44 unidades bancárias estão fechadas.

Já os sergipanos, mantiveram fechadas 60 agências do Banese, 42 de Caixa, 28 do Banco do Brasil, 15 do Banco do Nordeste, 11 do Bradesco, 11 do Itaú, 5 do Santander e 2 do HSBC.

Principais reivindicações dos bancários:

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.

PLR: 3 salários mais R$8.317,90.

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Contraf