Apesar dos altos lucros e da expansão de negócios, com a compra do Citibank Brasil e do interesse pela BR Distribuidora, as demissões continuam no Itaú. Em doze meses (setembro de 2015 a setembro de 2016), o banco cortou 2.753 postos de trabalho, sendo 1.744 apenas nos primeiros nove meses deste ano, e fechou 207 agências. Enquanto isso, lucrou R$ 5,394 bi no terceiro trimestre de 2016. Nos nove primeiros meses deste ano, o lucro líquido recorrente foi de R$ 16,3 bilhões.

Para o movimento sindical bancário, o Itaú parece apostar, apesar da alta lucratividade, numa nova reestruturação onde os bancos vão trocar seus atuais empregados por gente mais especializada em tecnologia, fechando pontos de atendimento e atendendo cada vez mais com aplicativos.

Além disso, segundo o Dieese, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 151,2%. As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 8,8% em doze meses e somaram R$ 24,6 bilhões. “A decisão de investir em agências virtuais reduz o emprego, enquanto há sobrecarga de trabalho para os bancários e atendimento ruim para a população”, avalia Jair Alves, coordenador da COE-Comissão de Organização dos Empregados do Itaú.