Os bancos continuam entre os que mais demitem no Brasil. Entre janeiro e maio de 2017, o setor financeiro já fechou 9.621 postos de trabalho no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Dieese.
O último mês com saldo positivo de empregos nos bancos foi janeiro de 2016, quando houve mais contratações do que demissões. Depois disso, o saldo tem sido sempre de fechamento de vagas. O resultado é a sobrecarga de trabalho e o adoecimento da categoria. Os clientes também sofrem com as longas filas nas agências e a precarização dos serviços prestados.
Neste período, nenhum estado escapou do fechamento de postos de trabalho. São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados mais impactados por esse enxugamento do quadro, mas a Bahia e Sergipe também foram atingidos. Foram 382 vagas fechadas na Bahia e 63 em Sergipe, em apenas cinco meses.
Na segmentação por Setor de Atividade Econômica a análise do Dieese revela que os “bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba bancos como, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, entre outros bancos menores, foi responsável pela maioria dos postos fechados (-4.960 postos ou 51,6% do total). A Caixa foi responsável pelo fechamento de 4.368 postos (45,4% do total de postos fechados). Esses dados revelam o impacto do Plano de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), anunciado pela Caixa em 7 de janeiro de 2017.
O estudo também mostra que as demissões se concentraram entre os mais velhos e com salários maiores, enquanto as contratações são de jovens que ganham menos. “Isso reforça a importância da categoria participar da mobilização contra as reformas trabalhista e da previdência. Os bancos já investem na precarização do trabalho hoje, imagina se passam essas reformas absurdas. Temos que dizer não à retirada de direitos e participar da greve geral do dia 30 de junho”, ressaltou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza.
Veja análise completa do Dieese, com os gráficos e tabelas de dados.
Fonte: Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe