A alta qualidade dos debates na 19ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe, marcou o segundo dia de evento com a excelente apresentação da técnica do Dieese Vívian Machado sobre a 4ª Revolução Industrial, as mudanças nas relações de trabalho e seus impactos no emprego bancário.

Vívian destacou a chamada Indústria 4.0, que é marcada pela automatização extrema dos negócios, governos e da vida privada. Uma das consequências é a “uberização” do trabalho, com os trabalhadores assumindo os riscos do serviço, como acontece no aplicativo que dá nome ao movimento.

Isso tem diminuído significativamente o número de empregos.  No setor bancário, até 2020, haverá uma perda líquida de 5 milhões de empregos, segundo dados do Dieese. O movimento já começou com a diminuição do número de agências e o fechamento de 45.915 postos de trabalho entre 2012 e maio de 2017.

Os números continuam aumentando, com a criação das agências digitais e a criação de formas de autoatendimento através de plataformas onlines.

Esta realidade dificulta a interação entre os trabalhadores e os sindicais. Para a diretora de Gênero da Federação dos Bancários, Grassa Felizola, o movimento sindical precisa fazer uma reflexão sobre as formas de atuação para se adequar à nova situação. “Precisamos começar a pensar em formas de aumentar a conscientizar a categoria para que ela entenda a necessidade da unidade para garantir os nossos direitos. Os bancos estão mudando as formas de exploração, nós precisamos também reinventar a nossa atuação”, ressaltou.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região, Carlos Alberto, coordenou os trabalhos da mesa de debate junto com a Diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Grassa Felizola, o Coordenador do Sindicato dos Bancários do extremo Sul da Bahia, Carlos Eduardo e o presidente do Sindicato dos Bancários de Juazeiro e Região, Maribaldes Silva. Ainda sobre o tema da mesa, o diretor do Sindicato e funcionário do BNB/Morro do Chapéu (BA), Edson Ferreira contribuiu com o debate em sua intervenção, destacando: "a necessida de envolvimento de toda a categoria no acompanhamento do crescimento da digitalização, buscando interagir com essas novas ferramentas para impedir que elas venham substituir o emprego humano, já que a indústria 4.0 são uma realidade tanto nos bancos privados quando nos bancos públicos".

Fonte: Da Redação com Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe