Trabalhadores que foram sacar o benefício do FGTS afirmam que foram pressionados por funcionários da Caixa para contratar serviços do banco como condição para a liberação do dinheiro. Também foi relatado que houveram ofertas inadequadas de produtos para aplicação do dinheiro, como informar que planos de previdência privada são isentos de taxas e impostos.

O pagamento do FGTS, seja das contas inativas ou por demissão sem justa causa, é um serviço público prestado pela Caixa e não pode ser atrelado a nenhum outro tipo de contratação de produtos financeiros.

O ProconSP diz que a prática de obrigar o consumidor que for sacar o FGTS a comprar ou contratar qualquer outro produto ou serviço bancário é abusiva. "O banco pode até oferecer a contratação de um serviço, mas não pode vincular o saque do FGTS a essa contratação. O consumidor só aceita se for de seu interesse."

A Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor do estado de São Paulo recomenda que o trabalhador se negue a contratar qualquer produto que não deseje e que recorra aos órgãos de defesa do consumidor caso tenha pago por um serviço nessas condições.

O Ranking de reclamações do Banco Central (BC) mostra que a Caixa é a instituição financeira com mais queixas de clientes entre abril e junho, um salto ante a terceira posição, ocupada no começo do ano, quando o dinheiro do FGTS começou a ser liberado. O BC alega que não recebeu nenhuma reclamação relacionada a saque do FGTS.

Fonte: Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe