A 19ª Conferência Nacional dos Bancários é uma oportunidade inédita para a organização das lutas da categoria. "Temos a oportunidade de construir juntos uma campanha sem a necessidade de discutirmos o índice graças ao acordo de dois anos que fizemos no ano passado", disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF) e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários. "O ataque que estão fazendo contra os sindicatos e os trabalhadores é uma oportunidade para construirmos um movimento sindical mais forte, desatrelado do governo. O Comando Nacional teve a sabedoria de orientar as federações e sindicatos que o que está em jogo é a defesa do emprego e dos direitos. Vamos construir nessa conferência um plano de enfrentamento, com unidade nacional de bancários de todo o país e de todas as forças que atuam na categoria. Uma campanha de luta classista", ressaltou von der Osten, lembrando que muitos dos sindicatos dos bancários tem mais de 80% de sindicalização.

O presidente da Central Única dos trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, apontou que uma parcela da categoria defendeu o golpe. "Foram para a rua bater panelas. Acreditaram que a entrada do golpista traria benefícios para a classe trabalhadora. Não perceberam que o golpe era contra os trabalhadores, não contra Dilma e o PT. Agora eles estão vendo isso. Temos a oportunidade de organizar a luta e o crescimento da militância. O momento propicia o crescimento do movimento sindical. Nosso discurso está tendo ressonância entre os trabalhadores", observou o presidente.

Emanoel de Souza, representante da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), concorda que a categoria tem a clareza da gravidade do momento. “Temos clareza do impacto estratégico que teve a reforma trabalhista. Mas, sabemos também que a greve-geral que nós realizamos unificou todas as centrais sindicais do país. Ou seja, nós conseguimos construir uma frente de unidade e resistência, mas ainda não foi suficiente. Então, temos de usar eventos como este para aprimorar nossa unidade e nossa luta e dar um salto na defesa dos nossos direitos e dos bancos públicos.”

O secretário-geral da UNI Américas, Marcio Monzane, garantiu o compromisso da entidade ao lado dos bancários brasileiros neste momento difícil. “Não é exclusividade do Brasil, já aconteceu em outros lugares e em alguns continuar a acontecer. Meu compromisso vai no sentido de firmar uma ponte como os países que já passaram por isso e sobreviveram, para aprendermos com essas experiências e construirmos uma luta mais forte.”

Edson Carneiro, secretário Geral da Intersindical observou que, da última conferência pra cá, tivemos a aprovação do limite de gastos públicos, da reforma trabalhista, da desobrigação de que as plataformas da Petrobras tenham o mínimo de conteúdo nacional e ainda está pautada a reforma da previdência. "Vivemos o período mais grave de nossa história, com um governo constituído a partir de um golpe que foi colocado no poder para acabar com os direitos dos trabalhadores e acabar com o projeto de nação. Não há outra saída a não ser a de realização de eleições diretas para substituir esse governo golpista", disse o dirigente da Intersindical.

Wilson Ribeiro, membro da executiva da CSP-Conlutas, exaltou a luta para construir uma unidade por nenhum direito a menos. “Queremos juntos construir uma greve-geral para parar todo o Brasil. Acreditamos que a democracia é fundamental para construir a unidade de fato.”

Durante a abertura da Conferência, os delegados prestaram homenagem a Augusto Campos, Sebastião Cardoso (Tião), Jorge Costa Ferreira(Jorginho) e Rebecca Costa Serra Valle, que falecerem recentemente, que, após a apresentação de um vídeo de homenagem foi transmitido lembraram que eles sempre estarão presentes na luta.