A combinação de rentabilidade maior e custo menor fez as corretoras conquistarem muitos clientes de bancos nos último anos. A resposta das grandes instituições financeiras demorou, mas chegou sob a forma de plataformas que oferecem mais produtos - incluindo de concorrentes.

Se os correntistas com mais dinheiro têm acesso a produtos com rentabilidade maior, quem tem poucos recursos sofre para melhorar seu ganho nos maiores bancos. Para especialistas, as corretora independentes oferecem opções mais competitivas para clientes com menor volume para aplicar.

As casas não ligadas a instituições financeiras tradicionais funcionam como um supermercado de investimentos. Há produtos de bancos e gestoras menores, que não têm a mesma estrutura dos bancos para distribuir seus produtos.

Os dois principais expoentes dessa nova visão dos bancos são Itaú Unibanco e Banco do Brasil, que passaram a oferecer aos clientes com maior poder aquisitivo assessoria financeira mais especializada e que inclui produtos de outros bancos ou gestoras.

No Itaú, a estratégia tomou forma sob o nome de 360 e foi lançada em março, dois meses antes de o banco anunciar a compra de 49,9% da XP. A plataforma é destinada a correntistas do segmento Personnalité, que exige renda mínima de R$ 10 mil.

No BB, a plataforma aberta de investimentos está sendo testada e deve estar disponível nas próximas semanas aos correntistas dos segmentos de alta renda. O banco prevê oferecer na plataforma produtos de concorrentes, após realizar uma análise de perfil mais detalhada do cliente, e consultoria financeira mais ampla.

No Bradesco, os fundos de terceiros e a assessoria mais personalizada são oferecidos à alta renda. Já o Santander Brasil, oferece uma maior amplitude de produtos para segmentos específicos de clientes. A Caixa não e manifestou sobre sua estratégia de diversificação de produtos.

Um levantamento feito por Francis Wagner, criador do aplicativo Renda Fixa, indica que, enquanto grandes bancos oferecem taxas de retorno para CDBs de 78% e 82,5% do CDI, títulos de instituições menores podem ter rentabilidade de até 116% do CDI.

Fonte: Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe