A concorrência não é problema para os bancos que atuam no Brasil. Aqui, R$ 4 de cada R$ 5 movimentados na economia estão nas mãos de apenas cinco empresas: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander. A concentração bancária, que está no nível mais alto da história, é uma das razões pelas quais as famílias e pequenas empresas têm dificuldade para conseguir empréstimos, pagam taxas de juros altas, contam com poucas opções de investimentos e pagam caro por serviços bancários em geral.

Os bancários também sofrem com a alta concentração do setor, o que vem diminuindo consideravelmente o número de postos de trabalho nos últimos anos. Caiu também o poder de compra do salário dos trabalhadores, que sofrem com a sobrecarga e a pressão constante nas agências.

O Banco Central considera que o país tem concentração "moderada", mas, para o FMI, o Brasil está acima da média mundial. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) diz que o predomínio de poucas empresas é resultado das regras mais rígidas, mas ainda é menor que em países desenvolvidos.

Aumento recente

Em 17 anos, desde 2000, a concentração bancária no Brasil pulou de 50,4% para 72,4%, segundo dados do Banco Central. Em dezembro de 2016, de todos os bens e recursos das instituições financeiras comerciais, 72,4% estavam nas mãos dos quatro maiores bancos do país: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Caixa Econômica.

Se forem consideradas apenas as operações de crédito, a participação desses quatro grandes é ainda maior: de 78,99%. Eles também respondem juntos por 78,5% do total de dinheiro depositado nas contas, e são donos de 75 de cada 100 agências no país.

Fonte: Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe