A Comissão Executiva dos Empregados e a direção da Caixa se reuniram nesta quinta-feira (24/5), em Brasília, para mais uma rodada da mesa de negociação permanente. Na pauta, a defesa do atual modelo de custeio do Saúde Caixa e da Caixa 100% pública, Funcef, a manutenção dos direitos dos empregados e melhores condições de trabalho.
Logo no início da reunião, os representantes dos empregados exibiram cartazes com os dizeres “Saúde Caixa: eu defendo”, um ato em repúdio às ameaças contra o plano de saúde dos trabalhadores da empresa. Na ocasião, a CEE Caixa entregou à direção do banco um abaixo-assinado em defesa do Saúde Caixa, com mais de 26 mil assinaturas colhidas em todo o país. Também foi lido um manifesto no qual a representação nacional dos empregados deixa claro que não irá permitir a extinção do plano.
Os representantes dos empregados registraram ainda um protesto contundente contra o desmonte da Caixa e contra a tentativa de privatizar a gestão do banco por meio de uma maior autonomia do Conselho de Administração em relação ao governo federal. Esse protesto se estendeu ainda para a nova mudança no Estatuto do banco, que, caso seja aprovada, atingirá diretamente as carreiras dos empregados e ameaçará a função pública e social da instituição.
Condições de trabalho
A CEE Caixa cobrou também do banco a instalação do Fórum Nacional de Condições de Trabalho e fóruns regionais, com a gestão da Gipes (Gestão de Pessoas) e apoio das Repes (Representação de Pessoas), para tratar do adoecimento dos trabalhadores devido às péssimas condições de trabalho.
Diante dessa reivindicação, a Caixa propôs um indicativo de data (semana de 11 a 15 de junho) para realizar uma reunião do fórum nacional paritário.
Mais uma vez a representação dos empregados cobrou a formação de Grupo de Trabalho para debater soluções para o contencioso da Funcef, uma vez que é uma dívida decorrente do passivo trabalhista da Caixa, fortemente impactada pelas péssimas condições de trabalho no banco.
Avaliadores de penhor
Na negociação, a representação da Caixa informou que o banco vai deixar de pagar o adicional de insalubridade para os avaliadores de penhor da Caixa, mesmo após a apresentação de estudo feito pelo médico do trabalho Paulo Kaufman, com base na pesquisa realizada pelos sindicatos, reafirmando a insalubridade da atividade e a argumentação do presidente da ANACEF, João Ramalho que explicou com detalhes como trabalha os avaliadores no dia a dia.
“A Caixa está vindo para cima de nossos direitos. Este ataque aos avaliadores é extremamente cruel. Mais da metade dos que responderam a pesquisa informam já estar com diagnóstico de doença vinculada ao trabalho. Um absurdo”, ressaltou o secretário Geral da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que participou da reunião.