Os bancários trabalham para um dos setores mais lucrativos do Brasil e exigem respeito. Depois de lotar as assembleias para rejeitar a primeira proposta dos patrões, a categoria bancária volta às atenções agora para a rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação dos Bancos, que acontece nesta sexta-feira, 17 de agosto, em São Paulo. O encontro está marcado para as 10h e será seguido de reuniões com representantes da Caixa e do Banco do Brasil.
“Estamos com uma boa expectativa para a negociação desta sexta. Vamos cobrar a continuidade da negociação e uma proposta que traga avanços concretos para a categoria, não apenas nas questões econômicas, mas principalmente. na garantia dos direitos da CCT”, ressaltou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, que estará na negociação com a Fenaban.
Na última negociação, (7/8), os bancos apresentaram uma proposta que previa somente reposição da inflação, medida pelo INPC/IBGE, para salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá, sem aumento real. Nesta próxima mesa, o Comando vai cobrar que os bancos apresentem uma proposta completa para a pauta de reivindicações da categoria, que inclua, além de aumento real de salários, a garantia dos direitos contidos na Convenção Coletiva de Trabalho- CCT, que tem validade até 31 de agosto.
“Os bancários deixaram claro, em assembleias realizadas em todo o Brasil no dia 8, que não vão aceitar proposta sem aumento real. Também não admitem nenhum direito a menos e isso se aplica também aos acordos específicos dos bancos públicos”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, uma das coordenadoras do Comando.
“Os negociadores dos bancos afirmam querer resolver a campanha na mesa de negociação, mas até agora não trouxeram respostas a reivindicações fundamentais para a categoria, como manutenção dos empregos e a não adoção das novas formas de contratação previstas na lei trabalhista do pós-golpe, que precariza as relações de trabalho”, critica Juvandia.
Caixa, BNB e BB
A expectativa de avanços se estende também às pautas específicas dos funcionários do Banco do Brasil, Banco do Nordeste e da Caixa. Os representantes das empresas convocaram uma rodada de negociação para a sexta-feira, logo após a reunião dos bancários com a Fenaban.
Proposta indecente
A proposta da Fenaban apresentada no dia 7, previa acordo de quatro anos com reposição da inflação a cada data base da categoria (1º de setembro). Para 2018, o reajuste seria de 3,82% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018). Os representantes dos bancários já deixaram claro: acordo de quatro anos só com garantia de empregos.
Os bancos ainda querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, segundo eles, para garantir segurança jurídica, mas não apresentaram a redação das modificações.
Fonte: FEEB BA/SE com CONTRAF