A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), em nova reunião da mesa permanente, realizada nesta quarta-feira (22), em Brasília (DF), cobrou um posicionamento da empresa sobre mais contratações de empregados. Até agora, o Conselho Diretor da Caixa não definiu como será a reposição dos trabalhadores que se desligaram no primeiro semestre por meio do Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA).

Na reunião, a Caixa alegou que o banco vai cumprir o que está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015, ou seja, a contratação de mais 2 mil empregados até dezembro de 2015. No entanto, ao fixar este número durante a campanha salarial do ano passado, não havia perspectiva de realização do PAA, o que acarretou a saída de mais de 3 mil trabalhadores.

Em 2014, quando o ACT foi fechado, a Caixa já havia atingindo a marca de 101 mil empregados, o que significa que o total chegaria a 103 mil no final deste ano. Na prática, porém, aconteceu exatamente o contrário. No último dia 30 de junho, a empresa informou no Diário Oficial da União que o seu quadro de pessoal era de 97.975 providos, implicando em uma redução considerável do número de empregados. A CEE/Caixa convocou para 6 de agosto o Dia Nacional de Luta por Contratação Urgente na Caixa.

GDP - A CEE/Caixa voltou a cobrar também o fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas. O banco informou que vai manter o GDP, mas admitiu a possibilidade de apresentar detalhes sobre o programa para discutir com os trabalhadores. Para as representações dos empregados, o GDP representa uma ameaça a conquistas históricas como a PLR Social e a promoção por mérito. Desde que surgiu, o programa está sendo implantado em ciclos, e a meta é atingir todos os empregados até 2016.

Outros pontos - Também foi debatido o Processo de Seleção Interna por Competência (PSIC). Em ofício enviado à Caixa no dia 22 de junho, foi reivindicado a criação de um comitê paritário para acompanhar e sugerir melhorias no PSIC para formação de banco de habilitados, após receberem denúncias sobre problemas na aplicação das provas, em abril deste ano. A empresa rejeitou a reivindicação.

Foi exigido, ainda, que seja revisto o corte de ponto dos empregados que participaram das mobilizações nacionais ocorridas no dia 27 de fevereiro (Dia Nacional de Luta pela Caixa 100% Pública), 15 de abril e 29 de maio (Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330 da Terceirização, MPs 664 e 665 e o ajuste fiscal).

Para a representação dos trabalhadores, o posicionamento do banco representa uma prática antissindical, ao penalizar quem participou de mobilizações em defesa de direitos. Além de cortar o ponto, a empresa classificou como falta não justificada, o que traz reflexos na carreira funcional. As representações dos trabalhadores alegaram que se a medida for mantida, poderão recorrer à Justiça. A Caixa ficou de avaliar o assunto.

Outro ponto sem avanço foi a valorização dos profissionais da TI. Os interlocutores do banco reiteraram a resposta encaminhada à CEE/Caixa, por meio de ofício, com a indicação de que a empresa não pretende cumprir o compromisso assumido no fechamento da campanha salarial do ano passado, no que diz respeito à valorização dos empregados da área.

Ao ser questionada sobre o retorno do adiantamento odontológico, a Caixa informou que ainda não tem previsão de quando isso ocorrerá. O benefício foi suspenso por conta de uma troca de sistema que visa aperfeiçoar o atendimento aos empregados.

Ainda, com relação à saúde, os membros da CEE/Caixa denunciaram as dificuldades que os trabalhadores estão enfrentando para validar atestados médicos. A Caixa informou que vai apurar as denúncias.

Outro ponto abordado, na reunião, foi a Licença de Interesse Pessoal (LIP). A Caixa estava deixando de repor a vaga do empregado licenciado para assegurar que ao voltar ele possa assumir posto na unidade de origem. Os trabalhadores são contra esse encaminhamento e, na negociação, argumentaram que ao não fazer a reposição o banco dificulta o acesso ao LIP nas unidades que sofrem com carência de pessoal, porque os gestores não autorizam a liberação do empregado. A empresa informou que vai analisar a reivindicação.

Fonte: Fenae