Dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras compareceram ao 1º de Maio unificado organizado pelas 10 centrais sindicais brasileiras no Vale do Anhangabaú em São Paulo. “A unidade foi a marca deste dia de comemoração e luta da nossa classe trabalhadora”, comentou o presidente da CTB, Adilson Araújo, em alusão ao fato de que pela primeira vez na história o conjunto do movimento sindical decidiu marchar unido no 1º de Maio.
Atos unitários também foram promovidos em vários outros estados, por orientação das direções das centrais. A manifestação na capital paulista também reuniu as lideranças da Frente Brasil Popular e Frente Brasil Sem Medo e dos partidos que se opõem ao governo Bolsonaro. Foi animada por artistas populares como Lecy Brandão e
O foco principal do protesto foi a defesa das aposentadorias, do emprego e dos direitos sociais, contra a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro, que na opinião dos sindicalistas “é bem pior do que a de Temer, que já não prestava e foi rechaçada pelo povo.
Além de instituir a idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), a PEC 06/2019 inclui inúmeros outros retrocessos, prejudicando principalmente as mulheres, e aponta para o fim das aposentadorias públicas e a privatização do sistema através da chamada capitalização.
Os dirigentes das centrais alertaram para a emergência de encontrar uma solução para a crise econômica, cuja maior expressão é o desemprego em massa, o desalento e a subocupação a que foram condenados dezenas de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
Bahia
Em Salvador, o ato realizado tradicionalmente no Farol da Barra, reuniu centenas de pessoas e a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe esteve presente. O presidente da entidade, Hermelino Neto, reiterou que a reforma da Previdência interessa apenas aos banqueiros, que passarão a administrar os recursos, enquanto os mais necessitados serão impactados com grande redução da qualidade de vida, e falou da importância da união neste momento de tamanho risco.
“Sem a participação popular, sem gente na rua, será muito difícil de conseguirmos algo positivo. Este 1º de Maio fez o chamamento para a incorporação desta luta em defesa da previdência, em defesa do emprego. É importante que os trabalhadores, nas ruas, derrotem este projeto”, afirmou Hermelino Neto.