Mulheres da Bahia e Sergipe estiveram reunidas neste sábado (14/9), em Salvador, no 3º Encontros das Bancárias, entre elas, a Secretária Gereal do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região, Lucélia Batista. A  parte da manhã foi dedicada ao debate sobre gênero, classe, trabalho e combate à violência contra a mulher.

A mesa de abertura foi composta pela diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Grassa Felizola; o presidente, Hermelino Neto; a presidenta do Sindicato de Feira, Sandra Freitas; o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos; a representante do Sindicato de Sergipe, Maria da Pureza Sobrinho, além da ex-deputada Ângela Albino, a ex-senadora Vanessa Grazziotin e a secretária e Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira.

Ao abrir oficialmente o evento, Grassa Felizola ressaltou a importância de realizar um evento para discutir os direitos das mulheres. “Esta é uma luta de homens e mulheres que lutam por uma sociedade igualitária e justa. Esta luta é ainda mais importante neste momento difícil que om país está passando, com um governo que investe diariamente contra os direitos dos trabalhadores, em especial das mulheres”, disse.

O presidente da Feebbase, Hemelino Neto, também reforçou a relevância da realização do encontro das mulheres, mesmo diante das dificuldades impostas às entidades sindicais pela reforma trabalhista. “Eventos como estes são importantes para o movimento sindical, pois as mulheres são as principais vítimas do assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Precisamos sair daqui munidos de forças para levar o que discutimos aqui a todos os locais de trabalho”.

Trabalho e combate violência

A primeira palestrante do dia foi a ex-deputada federal Ângela Albino (PCdoB/SC), que falou sobre conjuntura atual, que é marcado pela nova fase do capitalismo mundial, que tem como características o ultraneoliberalismo na economia, o autoritarismo e o conservadorismo nos costumes.

“No mundo do trabalho, as mulheres vivem as condições de trabalho mais precarizadas e são maioria nas categorias de alta informalidade. Apesar disso, as mulheres foram as locomotivas do mercado de trabalho brasileiro e tem importância fundamental para o desenvolvimento do país”, constatou.

Em seguida a titular da SPM Bahia, Julieta Palmeira, apresentou as ações da campanha “Respeite as Mina”, do governo do estado, que vem tendo alcance nacional com o combate às diversas formas de violência contra a mulher, mesmo aquelas que muitas vezes passam despercebidas pela sociedade.

A segunda etapa do evento foi de muito debate e contou a com exposição da ex-senadora Vanessa Grazziotin, falando sobre mulher, trabalho e soberania.

Grazziotin falou dos mecanismos que levaram o Brasil à situação atual, que começou em 2013, com as manifestações de junho, seguiu com o impeachment da presidente Dilma, a ascensão ao poder de Michel Temer até a eleição de Jair Bolsonaro como presidente, que tem um projeto de desmonte do país e submissão aos Estados Unidos.

Este projeto promove o avenço do fundamentalismo, perseguições políticas e jurídicas. Como consequência há ameaça à democracia, retirada de direitos, privatizações, retrocesso nos costumes. É um projeto que protege o capital e atinge o povo mais pobre e as mulheres.

“Trabalho é condição essencial para o exercício da soberania, sobretudo para as mulheres. É preciso ter clareza que a opressão da mulher é parte da opressão do capitalismo. É necessário incorporar as mulheres na luta em resistência e estes governos. A primeira tarefa é a defesa da democracia, enfrentando a sub-representação feminina nos espaços de poder e defender a autônima das mulheres sobre a seu corpo e sua vida”, ressaltou Vanessa.

Encontro importante

A deputada federal Alice Portugal (PcdoB/BA), também levou sua contribuição ao encontro das bancárias, falando de como as ações do atual governo atinge a mulheres, que estão no subsolo da pirâmide social e que tem os poucos direitos conquistados sob ameaça. “Este encontro sempre transborda e contagia outras categorias. Os bancários têm nomes importantes na luta pelos direitos das mulheres e precisam semear os frutos desta luta para outras categorias”, ressalta.

O evento foi encerrado com a mesma animação do início, com as participantes comemorando a riqueza dos debates. “Este foi mais um evento de grande sucesso. O trabalho foi árduo, mas muito gratificante. Foi uma vitória, neste momento difícil que o país atravessa de uma política difícil, mas a gente pode perceber que as mulheres bancárias estão juntas, fortes e com vontade de lutar. Precisamos desta força para garantir a soberania do Brasil e uma sociedade mais igualitária. Ter esperança e resistir sempre”, conclui a diretora de Gênero da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Grassa Felizola.

Fonte: FEEB BA/SE