A luta dos bancários vai muito além das questões salariais. Nesta quarta-feira (11/3), o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria com as diretrizes para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias e atendimentos às vítimas.
Reivindicada pela categoria, a proposta vinha sendo negociada desde março de 2019 e finalmente foi aceita pelos bancos na rodada de negociação do dia 19 de fevereiro. A não obrigatoriedade do cumprimento de metas no período de risco, o abono às faltas, a garantia do emprego, atendimento psicológico e social são algumas das políticas que os bancários esperam que sejam criadas pelos programas de prevenção e apoio às bancárias vítimas de violência doméstica.
“A assinatura do Aditivo representa mais um avanço na relação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban. Criar mecanismo de proteção à violência contra a mulher é um instrumento inovador, pois aborda um tema atual, embora a ideia que temos é que isso não ocorre na categoria bancária”, avaliou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivânia Pereira, também celebrou o aditivo. “Com esse acordo, a categoria bancária rompe com certos paradigmas, de que as mesas de negociação são apenas para tratar das relações salariais e econômicas. A categoria tem feito história e agora a violência sofrida pelas bancárias vai ganhar visibilidade. Os bancos acolherão estas trabalhadoras e vão exigir que os órgãos públicos que atendem estas mulheres tenham maior resolutividade da questão’, acrescentou.
Ivânia foi uma das lideranças que falaram sobre a importância de enfrentamento ao problema no debate que antecedeu a assinatura do acordo. No evento, a apresentadora Rita von Hunty, do programa Drag Me As a Queen, do Canal E! falou sobre Masculinidade Tóxica. Adriana Carvalho, da ONU Mulheres, tratou do tema violência contra as mulheres. Mulheres dirigentes sindicais disseram “O que esperamos dos bancos” e o diretor de Políticas de Relações Trabalhistas e Sindicais da Fenaban falou sobre “Negociação social”.
Fonte: FEEB BA/SE