A Comissão de Organização dos Empregados (COE) e a direção do Itaú se reuniram, por videoconferência, na manhã desta segunda-feira (20/4), para tratar das medidas tomadas contra a pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19).

Após cobrança da COE, o Itaú informou que 45 mil funcionários estão trabalhando de casa, número que ainda pode aumentar. Além disso, 20 mil funcionários estão trabalhando em regime de rodízio nas unidades de trabalho e 7 mil estão afastados sem atividade de home office.

O banco informou ainda que o rodízio foi suspenso em algumas agências nesta semana em decorrência do aumento de demanda com as medidas do governo para pagamento de benefícios, mas que será retomado.

Os representantes dos funcionários cobraram o Itaú sobre o rodízio de GGCs e Gos. O banco, porém, não deu uma definição sobre o tema e afirmou que está garantindo equipamentos de segurança adequados para todos. O banco não respondeu também sobre a inclusão de lactantes e mães com filhos até dois anos no rodízio.

O Itaú afirmou que irá apresentar uma proposta de compensação de banco de horas para os bancários que estão afastados, mas não estão trabalhando remotamente. Os representantes dos funcionários reivindicaram que não sejam descontadas horas passadas antes da data de uma provável assinatura de acordo, que seja reduzido o prazo máximo de compensação de 18 meses apresentado pelo Itaú e que a compensação seja de 1h para cada 1h30, com limite de compensação diária.

O banco afirmou que irá conversar internamente sobre a questão e voltará a negociar com os trabalhadores.

Outras demandas

Na reunião, o Itaú também informou que os bancários que estão de férias e são do grupo de risco devem permanecer afastados e entrarão no novo modelo de banco de horas que está sendo negociado com a COE.

Em relação à função de caixa, que tem dificuldade maior para trabalhar em home office, o Itaú afirmou que o projeto é que eles possam, caso queiram, trabalhar em home office realizando atendimento de call center. Hoje, já são aproximadamente 700 caixas atuando no call center em home office e o número pode chegar a 5 mil bancários nessa condição.

Os trabalhadores cobraram ainda que o Itaú disponibilize testes para todos os bancários, principalmente para aqueles que estão voltando do rodízio.

Os representantes da categoria denunciaram também ao banco, a cobrança de metas nas unidades de trabalho, o que não é aceitável diante do atual cenário de pandemia. O Itaú afirmou que a orientação é para que não sejam cobradas metas durante a pandemia e os gestores que estiverem agindo desta forma serão punidos. O banco também assumiu que há falhas na comunicação em relação ao tema.

Conquistas importantes

“Estamos em uma busca incansável para melhorar as condições de trabalho, dar mais segurança para as pessoas que não podem deixar de ir para as agências e também para as pessoas do grupo de risco. Não vamos permitir que ninguém seja penalizado e que ninguém corra riscos dentro das agências “, informou a diretora de Saúde da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andreia Sabino, que integra a COE e participou da videoconferência desta segunda.

Desde o início das negociações, o movimento sindical já conseguiu do Itaú a compra de máscaras de acetato para os funcionários; suspensão das demissões até o final da pandemia, exceto em casos de justa causa e desvios éticos; antecipação do 13º salário integral de todos os funcionários para abril; Implantação de trabalho remoto (home office); redução no horário de atendimento das agências, que agora é de 10h às 14h; contingenciamento no acesso de clientes e usuários ao interior das agências, com número máximo de pessoas dentro das unidades; campanhas de mídia para diminuir a procura pelo atendimento presencial; rodízio de bancários nas agências; disponibilização de álcool em gel para os trabalhadores e afastamento dos bancários que se encontram no grupo de risco para a Covid-19.

A luta por outras medidas para a garantia da segurança, saúde e emprego dos bancários continua.