Um grande debate que despertou o interesse de 6,5 mil pessoas. Assim foi a Live sobre a importância dos bancos públicos, realizada pela CTB e a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe na noite desta terça-feira (2/6). Mesmo sem a presença do governador do Maranhão, Flávio Dino, impedido de participar por um problema técnico, o encontro virtual rendeu uma excelente reflexão sobre o papel destas entidades, responsáveis pela promoção do crédito em áreas essenciais para a economia.

As exposições do presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvândia Moreira, e do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, trouxeram grandes contribuições à discussão sobre a importância de defender os bancos públicos e garantir a sua manutenção como agentes de fomento e de financiamento.

“Este debate acontece em um momento importante para o povo brasileiro. Estamos em uma encruzilhada e a luta em defesa dos bancos públicos é fundamental para enfrentar este governo, que tem compromisso com o grande capital e o rentismo. Precisamos criar uma grande frente de mobilização nacional em defesa da democracia, dos bancos públicos e do desenvolvimento social”, declarou o presidente da CTB, Adilson Araújo.

Em sua exposição, Augusto Vasconcelos mostrou a relevância do Banco do Brasil, Caixa e BNB para a economia do país, em especial da região Nordeste, onde respondem por cerca de 85% do crédito para a agricultura, empresas e pessoas físicas. “O que seria do povo nordestino sem o apoio do BNB e a capilaridade da Caixa e do BB. No interior, muitas cidades têm apenas uma agência bancária e, geralmente, de um banco público. Se essa agência fecha, acaba com o comércio do município”, ressaltou o presidente do Sindicato da Bahia.

Vasconcelos lembrou ainda que os bancos públicos serão fundamentais para recuperar a economia do país após a pandemia causada pelo coronavírus. “Os bancos públicos são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer país. Os outros países que compõem os BRICS, grupo formado por Brasil, Russia, Índia, China e Africa do Sul, por exemplo, nenhum abriu mão de ter bancos públicos fortes. O Brasil também não deveria abrir mão disso”, acrescentou.

Fundamentais na pandemia

A presidente da Contraf, Juvândia Morreira, chamou atenção ainda para a atuação diferenciada dos bancos públicos neste momento de pandemia. “Os bancos privados receberam incentivos do Banco Central para facilitar o crédito, mas o dinheiro está represado em seus cofres. Só as grandes empresas tiveram acesso a esse montante. São os bancos públicos que estão emprestando dinheiro às médias, pequenas e micro empresas e à população. O BNB, por exemplo, emprestou R$ 4 bilhões só durante a pandemia. Isso só reforça a nossa disposição de lutar em defesa dos bancos públicos de todas as maneiras possíveis”.

Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, mediador da Live, iniciativas como estas são fundamentais para aprofundar a discussão e trazer a sociedade para o debate. “Defender os bancos públicos é defender o Brasil, a democracia e a soberania nacional. Eles cumprem um papel extraordinário, tanto do ponto de vista de desenvolvimento, como na questão de atender a todos. Os bancos públicos financiam os pequenos, os médios, os grandes, além de estar presente nas obras de saneamento básico e na vida das pessoas. Portanto, têm uma importância muito grande”.

“A pandemia do coronavírus acontece em um momento em que o Brasil está passando por ataques, por uma onda que tenta desqualificar o serviço público. Mas, o que se percebe é, que em um momento de crise como este, se não fosse o SUS, os bancos públicos, os serviços públicos, a situação iria se agravar ainda mais. É necessário que o movimento sindical tenha este olhar. É preciso que os bancários, bancárias e a sociedade reflitam. Porque sem banco público não haverá desenvolvimento, sem bancos públicos é o caos. Foi um grande debate e certamente iremos fazer outros”, comemorou Hermelino Neto.

Fonte: FEEB BA/SE