Com a participação de aproximadamente 180 jovens bancários o 4º Encontro da Juventude Bancária da Bahia e Sergipe, foi realizado neste fim de semana no Águas Claras Beach Resort, na cidade de Saubara, no Recôncavo Baiano.

Na manhã do sábado (22), durante a abertura, todos foram surpreendidos por uma ótima notícia: o evento será válido como uma etapa preparatória da Conferência Nacional da Juventude, o que possibilitará a eleição de representantes da categoria para contribuir com a construção de políticas públicas de alcance nacional.

Organizado pela Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, o Encontro contou com a presença de representantes dos 12 sindicatos filiados, incluindo o Sindicato dos Bancários de Irecê e Região com 15 participantes, tendo um público majoritário de bancários da base, que entenderam a importância de participar das discussões que envolvem a categoria.

“Agradecemos muito a presença de todos vocês. A nossa ideia aqui é que vocês possam ter contato com o fazer sindical e entendam com a atuação das entidades são fundamentais para a garantia de mais direitos e melhores condições de trabalho. Sabemos o quanto isso é fundamental, não apenas para a renovação, mas também para a continuidade das lutas do movimento sindical.”, destacou Emanoel Souza, presidente da FEEB BA/SE.

Na mesa de abertura, participaram os representantes de sindicatos da Bahia e Sergipe, Lucas Galindo (secretário de Juventude da Feebbase), Altamiro Borges (jornalista e presidente do Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé), e Ângela Guimarães (presidente do Conselho Nacional da Juventude e Secretária Adjunta da Secretaria Nacional da Juventude), que falaram sobre a importância da participação dos jovens nas ações de transformação da sociedade brasileira.

Iniciando os trabalhos, Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, destacou o novo formato do encontro e parabenizou os jovens por se disponibilizarem a participarem do encontro, em pleno fim de semana após a longa e árdua jornada de trabalho semanal nas agências. “Precisamos garantir que a luta contra o setor mais lucrativo do País, não seja interrompida” expôs o objetivo do evento, Augusto Vasconcelos.

Altamiro Borges, parabenizou a iniciativa da Federação em envolver os jovens da categoria nos assuntos do país. Ao falar da conjuntura nacional e mundial, ressaltou a importância da participação dos trabalhadores nos debates sobre os rumos do país. Para Borges, “vivemos o momento das transformações com base nas novas tecnologias e precisamos aproveitar essas oportunidades deste mundo de novidades para fazer a luta nas redes sociais e ocupar as ruas contra a desigualdade social, o racismo e ideias fascistas eminentes no Brasil”.

Contribuindo imensamente com o debate, Ângela Guimarães saudou a categoria bancária, especialmente a baiana, por ser referência de combatividade ao debater seus direitos e a realidade social. Ângela falou também sobre os números da violência contra a juventude, uma vez que o Brasil é o terceiro país do mundo onde mais se mata jovens. Por isso, a violência é a maior preocupação dos jovens brasileiros, segundo pesquisa do Instituto Cidadania.

Edson Ferreira, (diretor do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região e Diretor da FEEB BA/SE), fez intervenção durante os debates para tratar das recentes aprovações da Câmara dos Deputados já encaminhadas ao Senado sobre o PL 4330 e PEC da redução da maioridade penal.

As discussões seguiram com os debates em grupo na tarde de sábado e prosseguiu até domingo (23), quando as resoluções do Encontro foram discutidas e aprovadas em uma plenária final. Ainda na manhã de domingo, foi eleita a nova Comissão da Juventude Bancária da BA e SE, onde os diretores do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região e empregados da Caixa Econômica Federal, Talles Lins e Hugo Silva, foram eleitos integrantes.

Veja abaixo as resoluções do Encontro da Juventude da Bahia e Sergipe:

Sistema Financeiro Nacional

1. Deve ser intensificado o esclarecimento à população acerca das instâncias reguladoras do SFN (BACEN, Ouvidorias, etc);

2. Realização de auditoria da dívida pública brasileira;

3. Preservação do caráter público das instituições oficiais, de maneira a balizar o mercado com práticas sustentáveis;

4. O combate à crise não pode penalizar a classe trabalhadora: taxação das grandes fortunas em lugar de ajuste fiscal;

5. Regulamentação do SFN preceituada na CF/1988, em prol do desenvolvimento nacional;

6. Fim do tripé macroeconômico (câmbio desvalorizado, superávit primário e juros elevados) tão prejudicial 'a produtividade do país;

Democratização da mídia
1. Fim do monopólio das comunicações no Brasil, garantindo pluralidade nos conteúdos veiculados e amplitude de acesso da população a informações sem distorção, através da revisão das concessões públicas de rádio e TV, visando a desconcentrar a produção de conteúdos informativos no Brasil, bem como qualificar essa produção através da exigência de exibição de programas de cunho educativo em diversos horários;

2. O debate sobre democratização da mídia deve levar em conta que os bancos são os principais financiadores de campanhas eleitorais e patrocinadores da mídia monopolizada, por isso se faz necessário que se imponha limites para a desmedida intromissão do mercado financeira na agenda de desenvolvimento nacional;

Políticas Públicas de Juventude

1. Maior eficiência nas investigações criminais, especialmente nos casos generalizados de homicídios de jovens negros com baixa renda;

2. O lema "Pátria Educadora" deve ser materializado na consecução de PPJ's cujo foco sejam a educação;

3. A escola deve ser um ambiente mais atrativo, em que o modelo da mera transmissão de conteúdo seja substituído por práticas interativas conectadas com a realidade concreta e incentivo ao esporte e ao conhecimento da CF/1988, do Estatuto da Juventude e do ECA nas instituições educacionais;

4. Estabelecer diálogo com entidades representativas de estudantes (UNE, DCE's, CA's, grêmios, etc) no intuito de criar espaços onde o conjunto da juventude possa ser inserido na participação política;

5. Ampliação de disciplinas que propiciem a formação cidadã e laica nos currículos escolares (filosofia, política, direito, CF/1988, etc);

6. Fortalecer as agremiações estudantis/juvenis através da co-realizacao de eventos periódicos para a formação política e cidadã dos estudantes;

7. Garantia de trabalho decente para a juventude: Ratificação das convenções 151 e 158 da OIT. Abaixo o PLC 30!;

8. Menos cadeias, mais escolas – abaixo a redução da maioridade penal;

9. Estabelecimento de políticas de incentivo ao primeiro emprego;                         

10. Descriminalização.

Organização do movimento

1. É necessário fortalecer o papel histórico do movimento sindical enquanto agente da luta coletiva, democratizando os espaços de participação para a juventude bancária;
A unidade da categoria bancária deve ser fortalecida a cada dia, calcada na autonomia sindical e na ação classista;

2. As entidades sindicais devem travar luta para estender a conquista do benefício do vale-cultura a toda a categoria, incentivando estabelecimentos alvo a se credenciarem para aceitação;

3. A fim de alcançar condições mais efetivas de implantar as pautas, e' fundamental incentivar as candidaturas de bancários e principalmente bancárias a cargos eletivos;
Conscientizar a categoria sobre a importância de contribuir nas ações sindicais, seja divulgando, mobilizando colegas ou apresentando sugestões;

4. A utilização de mídias para comunicação sindical deve ser diversificada, de maneira a capilarizar a divulgação das nossas bandeiras e opiniões;

5. Realização de fóruns temáticos sobre política, enfrentando preconceitos e conscientizando o conjunto da categoria sobre o quanto este assunto é determinante na consecução das reivindicações;

6. Consolidação do trabalho de reintegração de bancários demitifos desmotivadamente, como forma de soerguer a autoestima da categoria;

7. Combate incessante ao assédio moral;

8. Valorização do dirigente sindical;

9. Continuar a resistência ao PL 4330 (atual PLC 30), que escancara a terceirização;

10. Fortalecimento dos piquetes de greve, aliado à necessidade de criar mecanismos para envolver a área de tecnologia das instituições;

Imprensa e Comunicação - Sinbanc Irecê

Com Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe