Dando continuidade à proposta de debater os temas de interesses dos brasileiros, a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe promoveu uma Live na noite desta quinta-feira (18/6) para discutir o papel do sistema financeiro na superação da crise econômica e social que atinge o país.
Participaram da Live o governador do Maranhão, Flávio Dino; o presidente licenciado do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, e a secretária de Juventude da CTB, Luiza Bezerra, que trouxeram contribuições importantes para o debate e apresentaram propostas para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Ao abrir o evento, o presidente da Federação, Hermelino Neto, falou da grande concentração do sistema financeiro do país, com apenas cinco bancos detendo 85% dos ativos e 90% das agências. “Os ativos destas empresas no primeiro trimestre de 2020 foram maiores que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas geradas pelo país, do Brasil em 2019”, ressaltou.
Os dados foram reforçados pelo presidente licenciado do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, que mostrou a falta de colaboração do sistema financeiro com desenvolvimento do país e apontou ainda as contradições da política econômica do governo Bolsonaro.
“Precisamos mostrar à população que o governo gasta bilhões para ajudar os bancos, mas alega falta de dinheiro para manter o auxílio emergencial. Isso é fruto de uma equipe composta, em sua maioria, por pessoas vindas do mercado financeiro e que não em contato com a realidade do povo”, disse Vasconcelos.
Pandemia
A secretária de Juventude da CTB, Luíza Bezerra, iniciou sua exposição lembrando que o país já enfrentava sérios problemas antes mesmo do início da pandemia, causada pelo coronavírus. “A pandemia pegou o Brasil com um mercado de trabalho desestruturado, com alto índice de precarização, rotatividade e desemprego. A reforma trabalhista, apontada como solução, só piorou a situação ao legalizar contratos precários. O governo Bolsonaro quer piorar ainda mais esta questão”, apontou.
Para ela, a saída da crise passa pela oferta de crédito para as micros e pequenas empresas; a reconversão industrial; o financiamento da agricultura familiar e a priorização de políticas para a permanência dos jovens nos estudos.
Encruzilhada
Principal palestrante da noite, o governador do Maranhão, Flávio Dino, ressaltou o momento singular que o mundo atravessa, com a mais grave crise sanitária da história da humanidade. “Estamos em uma dessas encruzilhadas históricas em que se acumulam desafios”, ponderou.
Dino dividiu os problemas enfrentados pelo país em três vertentes: a luta pela vida, devido ao crescente número de infectados pelo coronavírus; a dimensão política, com os ataques de Bolsonaro à democracia e a crise econômica, que pode levar ao fechamento de empresas, desemprego e fome.
Segundo o governador, a situação pode piorar ainda mais, uma vez que o governo federal não pretende mudar sua política de austeridade expansionista que tem como tripé: corte de gastos, corte de direitos e privatização. Este projeto vai aprofundar a crise, concentrando o dinheiro na mão de poucos e retraindo ainda mais o consumo. Exatamente o inverso do que o país precisa.
As propostas de Flávio Dino para alavancar o desenvolvimento do Brasil seriam centradas em obras públicas, políticas sociais, crédito e política industrial.
A live foi encerrada pela vice-presidente nacional da CTB e presidente do Sindicato de Sergipe, Ivânia Pereira, que reforçou o compromisso das entidades sindicais de contribuir para esclarecer a população sobre o que acontece de fato no país, mostrando que existem caminhos para um país mais justo e igualitário.
Fonte: FEEB BA/SE