A unidade e amplitude do debate marcaram a abertura da 22ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada na noite desta sexta-feira (17/7) de forma totalmente virtual. O evento teve como convidados especiais, o ex-presidente Lula; o governador do Maranhão, Flávio Dino; o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Tetos, Guilherme Boulos, e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Hadad.

O evento começou com a aprovação do regimento interno, seguida da saudação das diversas correntes que compõem o Comando Nacional e o movimento sindical bancário.

Em sua saudação, o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, ressaltou o momento preocupante que o Brasil enfrenta, com o risco de ruptura democrática e com um governo que se omite e potencializa as crises sanitária, política, econômica e moral. “São muitos os desafios da categoria este ano. A nossa pauta tem que estar em sintonia com as pautas da sociedade, da defesa da saúde, do emprego e dos direitos. É isso que vamos construir aqui”, disse.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, também saudou os participantes da Conferência, juntamente com os representantes de outras centrais sindicais.

Convidados

A segunda parte do evento contou com exposições de quatro convidados, que muito contribuíram para o debate sobre a situação difícil enfrentada pelo Brasil. Em suas falas, Guilherme Boulos, Flávio Dino, Fernando Hadad e o ex-presidente Lula demonstraram preocupação com a falta de preparo do Governo Bolsonaro para enfrentar a crise sanitária gerada pelo coronavírus e suas consequências sociais e econômicas.

Para Lula, o presidente deveria ter criado um Comitê de Crise antes mesmo do coronavírus chegar ao país, reunindo especialistas da saúde, governadores e prefeitos para construir formas de prevenção e enfrentamento à doença. Ao invés disso, Bolsonaro preferiu minimizar o problema, por não ter capacidade de pensar em soluções.

Lula afirmou ainda que, se estivesse na Presidência, emitiria moeda para financiar o auxílio emergencial por um tempo maior, o crédito para as empresas, além de investir em obras públicas para geração de emprego, mesmo que isso aumentasse temporariamente o endividamento do país.

Ao final, o ex-presidente conclamou os bancários a atuar na vida política do país, mobilizando os trabalhadores para tomar as ruas e mudar a situação. Para ele, só a organização popular poderá livrar o país desta crise chamada Bolsonaro.

Em sua fala, Flávio Dino ressaltou a importância de construir uma agenda de saída da crise que dê esperanças à população. Pediu atenção também com o debate sobre o fim do Bolsa Família e a construção de um novo programa renda proposto pelo governo federal. Para ele, é preciso ter cuidado, pois pode ser uma forma de diminuir ainda mais a renda do trabalho, com a aniquilação do salário mínimo e do emprego com carteira assinada.

Ele parabenizou os bancários pela Conferência e pela disposição de luta em defesa dos bancos públicos e dos direitos de toda a sociedade.

Fonte: FEEB BA/SE