Os trabalhadores dos Correios estão mobilizados para deflagrar a greve nacional da categoria a partir da próxima terça-feira (15). A paralisação é um protesto à postura da empresa durante as reuniões de negociação da Campanha Salarial.
A greve é organizada pela duas federações do setor: Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e Federação Interestadual dos Sindicatos dos Correios (Findect), que congregam os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Norte e a cidade paulista de Bauru, filiada à CTB.
Entre as reivindicações econômicas da categoria estão a reposição integral da inflação e aumento real de 10%; implantação imediata da entrega matutina em todos os cdds do país; realização de concurso público e contratação de mais funcionários; reajuste no vale-refeição para R$ 40,00; reajuste no vale cesta-básica para R$ 387,00; adicionais de atividades para todos os trabalhadores, e aumento de 15% para 25% para o adicional do trabalho aos finais de semana; quebra de caixa de R$ 427,95; reajuste no diferencial de mercado, conforme cálculo do Dieese, para corrigir as perdas provocadas pela inflação e incorporação ao salário manutenção do ticket extra (Vale Peru).
Além da pauta econômica, há tempos a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect) denuncia as precárias condições de trabalho a que são submetidos diariamente os trabalhadores. A falta de concurso público e, consequentemente, a contratação de funcionários; excesso de trabalho e dobras; pressão das chefias e assédio moral; falta de equipamentos; unidades em prédios sem ventilação, espaço e iluminação, com banheiros e refeitórios inadequados; também estão entre as principais queixas da categoria.
O sindicato destaca ainda que a falta de trabalhadores, o excesso de serviço, as unidades deterioradas, os conflitos com a população, os assaltos, além do rombo do Postalis, geram um ambiente repulsivo, que leva a categoria à revolta e à luta. Esses fatores compõem o estopim da mobilização.
De acordo com Sintect-SP, a diretoria busca soluções negociadas com a ECT há muito tempo. “Mas como nada mudou, só piorou, a decisão de organizar a categoria para a luta foi natural”, destaca Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sintect-SP e vice-presidente da Findect.
Confira abaixo a proposta apresentada pela ECT e rechaçada pelos trabalhadores:
-Reajuste Salarial e aumento real: 0%;
-Ticket: reajuste de 9,56%;
-Reembolso Creche: reajuste de 9,56%;
-Incorporação de R$ 100,00 da GIP anterior em Janeiro/2016;
-Nova GIP a ser criada no valor de R$ 100,00 linear em Janeiro/2016;
-Plano de Saúde com cobrança de mensalidade até 12,98% sobre o Salário Bruto e retirada de pai e mãe do plano.
Cinthia Ribas - Portal CTB