Mais uma vez a Fenaban frustrou as expectativas dos bancários e adiou a apresentação de uma proposta de reajuste para a categoria. Ao final da rodada de negociação desta quarta-feira (16/9), que discutiu as cláusulas econômicas, a Fenaban informou que só apresentará uma proposta sobre a pauta de reivindicações  no dia 25/09 (sexta-feira).

A única resposta concreta foi sobre a PLR, que a Fenaban propôs manter no modelo atual, corrigindo apenas os tetos e a parcela fixa a que cada trabalhador tem direito. A proposta não agrada os bancários que reivindicam PLR de três salários mais parcela de R$7.246,82.

“Hoje mais uma vez os bancos mostraram que vão tentar enrolar os trabalhadores e nos vencer pelo cansaço. Eles ainda não entenderam que isso não funciona com os bancários, que estão dispostos a lutar até o último instante por reajuste salarial de 16%, uma PLR mais justa, pela manutenção do emprego e melhores condições de trabalho”, ressaltou  o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que participou da negociação desta quarta.

A orientação do Comando Nacional dos Bancários é pela ampliação da mobilização, com atividades nas agências, para pressionar os bancos a apresentar propostas concretas para a pauta de reivindicações da categoria.

Nas negociações desta quarta-feira foram debatidas as seguintes reivindicações:

Reajuste de 16%
O reajuste de 16%, reivindicado pelos bancários, inclui reposição da inflação mais 5,7% de aumento real. Nos últimos 10 anos (2004 a 2014), a categoria bancária conquistou aumento real de 20,7%. O Comando alertou, durante a negociação com a Fenaban, que não aceitará retrocessos.

PLR
Estudos do Dieese apontam que quanto maior o lucro do banco, menor tende a ser o percentual de distribuição na forma de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os percentuais do Bradesco e do Itaú, por exemplo, foram 6,70% e 5,40%, respectivamente, sobre o lucro líquido de 2014, mas já chegaram a pagar 14% em 1995, quando os bancários começaram a negociar a PLR.

Diante deste quadro desproporcional, a categoria está reivindicando PLR de três salários mais parcela fixa de R$7.246,82. Na hipótese de prejuízo, os trabalhadores querem a garantia do pagamento de um salário mínimo do Dieese, referente ao mês de divulgação do balanço.

Os bancos sinalizaram para a manutenção das regras do ano passado com correção, mas ficou de apresentar um pacote global.

14º salário
Como valorização do trabalhado executado pelos bancários, os dirigentes sindicais reivindicaram o pagamento do 14º salário a todos o empregados, inclusive aos afastados e aos que tiveram o contrato de trabalho rescindido. A Fenaban disse não. Argumentou que não há justificativa para mais uma remuneração fixa e que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) já conta com muitos benefícios.

Salário de ingresso
O Comando Nacional também quer garantir o piso inicial, no setor bancário, de R$3.299,66. O valor é equivalente ao salário mínimo indicado pelo Dieese, como essencial para a sobrevivência do trabalhador. A minuta da categoria também propõe o salário inicial de R$4.454,54 para caixas e operadores de atendimento e a criação dos pisos de R$ 5.609,42 para primeiro comissionado e de R$ 7.424,24 para primeiro gerente. Mas também não houve propostas por parte dos banqueiros.

Parcelamento de adiantamento de férias
Os dirigentes sindicais também defenderam a proposta da categoria de que os trabalhadores, por ocasião das férias, possam requerer que a devolução do adiantamento feito pelo banco seja efetuada em até dez parcelas iguais e sem juros, a partir do mês subsequente ao do crédito. Vários bancos já concedem essa vantagem aos bancários. Os banqueiros ficaram de discutir entre os bancos, para responder posteriormente.

Reajuste dos auxílios
Outra reivindicação é o aumento no valor dos vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá para R$788,00 ao mês, para cada, correspondendo ao valor do salário mínimo nacional vigente. Os banqueiros, mais uma vez, ficaram de responder futuramente às reivindicações.

Auxílio Educacional
Os bancários ainda solicitaram que as despesas com ensino médio, graduação e pós-graduação sejam custeadas integralmente pelos bancos. Atualmente, o auxílio educacional é estabelecido conforme critério de cada instituição bancária. Nesta clausula, não houve consenso entre os bancos e, conseqüentemente, não houve acordo.

15 minutos
O debate sobre os 15 minutos de pausa para mulheres antecedendo a jornada extraordinária também foi realizado nesta quarta. Foram feitas as explicações do súbito cumprimento da lei, por parte dos bancos, e do que poderia ser feito para modificar este procedimento. Foi combinado uma pausa no debate enquanto o assunto tramita no STF.

Calendário de negociações

Fenaban
Dia 25/9

Banco do Brasil
18/9 - Remuneração e Plano de Carreira

Caixa Econômica Federal
18 /9 - Contratações, Condições das agências e Jornada de Trabalho

Itaú
23/9 - Emprego

Banco do Nordeste
17 e 18/9 - Igualdade de Oportunidades

Banco da Amazônia
17 - Igualdade de Oportunidades

Banrisul
17/9

Banco de Brasília
17 e 21

Banco do Pará
18/9