Retorno ao trabalho presencial, Medida Provisória 1045 e protocolos contra a covid-19 foram os principais temas da negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos bancos (Fenaban), realizada nesta sexta-feira, 13 de agosto. O Comando iniciou o debate cobrando da Fenaban compromisso com a democracia.
O primeiro ponto da pauta foi o retorno ao trabalho presencial dos bancários que estão no home office. A Fenaban defende um retorno gradativo daqueles que já tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19. Os bancos argumentam também que estão sendo cobrados pelas empresas sobre uma data para retorno das atividades, que estão levantando dados sobre a situação, mas que ainda não definiram critérios para a volta total.
Os bancos dizem ainda que muitos bancários querem voltar ao trabalho presencial e defendem que as agências têm ambiente controlado contra a contaminação.
O Comando não concordou com esse entendimento, ressaltando que os ambientes não são seguros e que os bancários terão que usar o transporte público para chegar ao trabalho nos grandes centros. Além disso, terão que compartilhar espaços de trabalho com outros colegas e com a clientela. Tudo isso aumenta o risco de contaminação pelo coronavírus.
Os representantes dos bancários argumentaram ainda que alguns países já estão discutindo a aplicação da terceira dose da vacina, principalmente nas pessoas dos grupos de risco. “Os bancários estão em home office desde o início pertencem a este grupo. Não tem como eles voltarem ao trabalho na situação atual, com o surgimento de novas cepas e variantes, principalmente no Brasil, onde uma parcela grande da população não tomou ainda nem a primeira dose da vacina”, defendeu o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto, que integra o Comando Nacional.
O Comando manteve a posição firme contra o retorno ao presencial neste momento. Cobrou também o reforço e a uniformização dos protocolos de segurança contra a covid -19 nas agências , a fim de evitar os riscos e aumentar a proteção aos bancários que estão no trabalho presencial.
Dados iniciais da pesquisa realizada pelo Comando, mostram que o contágio é bem maior entre os bancários que estão no presencial, em comparação com os que estão em home office. O contágio cresceu também entre aqueles que voltaram ao presencial, o que comprova que não está na hora de finalizar o home office.
A Fenaban ficou de discutir o tema entre os bancos e depois retornar o debate com o Comando.
Na reunião, a Fenaban negou ainda qualquer participação no debate sobre a Medida Provisória 1045, que pode alterar a jornada de trabalho dos bancários de 6h para 8h, diminui para 20% o adicional por hora extra, que hoje é 50%. A MP foi aprovada pela Câmara dos Deputados e segue agora para o Senado.
“Querem ressuscitar a MP 905, que derrotamos no início do governo Bolsonaro. Temos que nos mobilizar para derrotar mais esta proposta que tenta acabar com os nossos direitos”, ressalta o presidente da Feebbase.
Fonte: FEEB BA/SE