Os bancos sempre dão um jeito de ganhar mais. Segundo o Banco Central, os juros do rotativo do cartão de crédito subiram de 349,9% ao ano em julho para 398,4% ao ano em agosto. Esta é a maior taxa desde agosto de 2017, quando atingiu 428% ao ano.
O crédito rotativo do cartão de crédito, cuja demanda em 2021 foi a maior em dez anos, pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente. Esse expediente é bastante utilizado por pessoas com dificuldades financeiras, que precisam continuar usando o cartão para compras essenciais ou pagamentos de contas.
O aumento exorbitante dos juros pode ser uma das causas principais do crescimento do percentual de famílias inadimplentes no Brasil, que chegou a 79% em agosto, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Alta da Selic
Os juros bancários têm apresentado crescimento nos últimos anos, consequência da elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia, pelo Banco Central. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos.
Em agosto, ainda segundo o BC, os juros bancários médios com recursos livres nas operações com pessoas físicas e empresas atingiram 40,6% ao ano. Essa é a maior taxa desde março de 2018, quando somou 41% ao ano, ou seja, em pouco mais de quatro anos.
No cheque especial das pessoas físicas, a taxa subiu de 127,4% ao ano, em julho, para 128,6% ao ano, em agosto.
Sem escolha, o brasileiro que precisa de crédito é obrigado a pagar juros exorbitantes.
Fonte: FEEB BA/SE