Desde que o presidente Jair Bolsonaro resolveu abrir os cofres públicos para comprar votos para a reeleição, que todos se perguntam de onde vai sair esse dinheiro. A resposta veio nesta quinta-feira (20/10): a grana vai sair do bolso dos trabalhadores e aposentados pela Previdência Social.
Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, caso Bolsonaro seja reeleito, o ministro da Economia, Paulo Guedes, já tem uma proposta pronta para enviar ao Congresso Nacional, propondo o congelamento do salário mínimo e da aposentadoria, que deixariam de ser reajustados pela inflação do período, sendo corrido apenas pela expectativa da inflação, definida pelo governo.
Atualmente, tanto o salário quanto a aposentadoria são corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, o que garante a reposição de perdas causadas pela inflação. A nova regra do salário mínimo, segundo apurou Folha, “considera a expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação”.
Assim, na regra atual, com a alta de 10,16% do INPC de 2021, o salário mínimo atingiu R$ 1.212. Caso se considere a meta de inflação de 2022, na casa dos 3,5%, como quer Guedes, o reajuste do mínimo seria de apenas 5,03%.
A manobra fiscal permitiria a ampliação de R$ 100 bilhões dentro do teto de gastos para 2023, o que poderia ajudar Bolsonaro a cumprir promessas de campanha, como a manutenção do valor de R$ 600 do Auxílio Brasil.
A proposta absurda vai atingir em cheio os trabalhadores mais pobres, que ganham o salário mínimo e os aposentados. No entanto, o modelo pode ser copiado pelas empresas para o reajuste dos funcionários. Todos os trabalhadores estão correndo risco com esta proposta.
Fonte: FEEB BA/SE