Nesta sexta-feira (30), os funcionários da Caixa comemoram 30 anos da greve histórica que garantiu a conquista da jornada de seis horas, o reconhecimento dos empregados como bancários e seu consecutivo direito à sindicalização. Em 30 de outubro de 1985, os trabalhadores da Caixa realizaram uma paralisação de advertência, com adesão de quase 100%. A partir daí se iniciou uma tradição no movimento dos bancários da Caixa de deflagrar greves nacionais amplas e unificadas.

"Há 30 anos realizamos a primeira greve da história da Caixa. Foi um dia inesquecível! Paramos 100% e saímos em passeata pela Avenida Sete (Salvador) até a porta da Câmara Municipal. O resultado desta greve foi a conquista do reconhecimento da nossa condição de bancário, com redução da jornada de trabalho de 8 para 6 horas, sem redução dos salários, e o direito à sindicalização. Continuamos lutando em defesa da Caixa 100% pública e pelo fortalecimento da instituição com mais contratações e com valorização dos seus funcionários", declara emocionado Emanoel Souza, funcionário da Caixa e presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.

Depois desta mobilização, houve a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei 4.111-4, que estabelecia a jornada de seis horas diárias para os empregados da Caixa. A lei foi sancionada pelo então presidente José Sarney, em 17 de dezembro daquele ano. No dia seguinte, o Diário Oficial da União trouxe ainda a garantia do direito à sindicalização, viabilizada com a alteração do parágrafo único do artigo 556 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

O movimento de 1985 foi deflagrado com base na mobilização dos auxiliares de escritório, cuja reivindicação principal era para que fossem enquadrados como escriturários na carreira técnico-administrativa. Os dois profissionais exerciam as mesmas funções, embora o piso para o auxiliar correspondesse à metade do salário de ingresso previsto no Plano de Cargos e Salários (PCS) da época.