Infelicidade no trabalho virou regra silenciosa. Muitos ambientes profissionais se transformaram em fábricas de frustração, onde o excesso de tarefas, a ausência de reconhecimento e a pressão por metas destroem qualquer traço de satisfação. O expediente termina, mas o mal-estar persiste, mostrando que não se trata apenas do local, mas de como é tratado, diariamente, sem pausas ou escapatórias.
A insatisfação está na sobrecarga, na falta de perspectiva, na cultura tóxica e, principalmente, na violência simbólica que silencia quem ousa reclamar. Comentários agressivos, assédios velados, micro agressões e a competitividade criam um campo minado que afasta o prazer, adoece o corpo e destrói a mente.
Não são raros os casos de quem abandona projetos, sonhos e até carreiras, simplesmente para preservar o pouco que ainda resta de si. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já reconheceu a síndrome de burnout como uma condição diretamente associada ao ambiente profissional.
Perceber a infelicidade exige coragem, e reagir é um ato político e de autopreservação. Nem sempre é possível mudar de emprego, mas estabelecer limites, denunciar abusos e buscar apoio, seja em colegas, sindicatos ou profissionais da saúde ajudam. A vida não cabe em uma mesa de escritório, e nenhum contracheque vale a renúncia da própria dignidade. Trabalhar deve ser um meio de realização, não um processo de anulação.
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