Em entrevista publicada no último domingo (28) em O Globo, o novo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, por incrível que pareça, defende flexibilização dos direitos dos trabalhadores. Na sua visão, a justiça trabalhista deveria ser menos paternalista para ajudar a tirar o país da crise. No momento em que aqueles que mais sofrem com a crise precisam de proteção, o presidente da Justiça do Trabalho advoga deixá-los à própria sorte.

Gandra Filho sustentou na entrevista a prevalência do negociado sobre o legislado, a terceirização até mesmo da atividade-fim, o fim das indenizações por dano moral na Justiça do Trabalho, a flexibilização das leis trabalhistas e a redução do grau de proteção aos trabalhadores. Na verdade, o magistrado apoia todas as teses que o movimento sindical tem lutado contra por atacarem os direitos e conquistas da classe trabalhadora.

Além disso, deixando de lado a isenção política que um juiz de uma corte superior deveria ter, defendeu implicitamente o impeachment da Presidente Dilma. Alegou que o governo, "do ponto de vista econômico, não tem mais confiabilidade" e que qualquer outro que ocupe o governo contará com mais confiança da população.

Na atual conjuntura, em que temos um Congresso Nacional formado em sua maioria por representantes dos empresários e um presidente do TST que defende os interesses do capital, o movimento sindical deve continuar mais ainda atento e mobilizado em defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores.

Fonte: FEEB/BA-SE