O resultado do processo de inclusão nos bancos, este foi o tema da audiência pública, realizada na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, nesta segunda-feira (28/3). Presidida pelo senador Paulo Paim (PT/RS), a mesa contou com a participação da representação dos bancários, do procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Região, Alessandro de Miranda, do diretor-executivo da ONG Educafro Frei David Santos e  do consultor Legislativo do Senado Mario Theodoro-.

A discriminação dentro do setor bancários foi destacado por todos. Os representantes dos trabalhadores relataram que os bancos não cumprem a cota de pessoas com deficiência que deveriam ser contratadas, nos termos da Lei 8.213/1991.Conforme o censo da Febraban de 2014,  há 3,60% de PCD nas instituições financeiras, que por conta do alto número de funcionários deve preencher no mínimo 5% das vagas com pessoas com deficiência.

Em relação à presença de negros e negras nos bancos, o diretor-executivo da ONG Educafro, Frei David Santos, disse as instituições não têm cumprido metas para a inclusão de afro-brasileiros. Ele também defendeu a criação de cotas para negros, já que correspondem a 53,7% da população, mas apenas 16% estão no quadro de funcionários das instituições financeiras.

“Subiu para 16% o número de negros por quê? Porque nós, negros, marcamos em cima, exigindo nossos direitos. Mas, mesmo assim, nesse ritmo, quantos anos a Febraban vai levar para atender a nossa real demanda? Nós, afro-brasileiros, somos 53,7% da população. Em quatro anos, a Febraban subiu em apenas quatro pontos percentuais a quantidade de negros contratados”, disse Frei David.

A Febraban foi convidada para a audiência, mas não mandou representante.

Ao final dos debates, o presidente da CDH, senador Paulo Paim, se comprometeu a promover o diálogo entre os sindicalistas, a Educafro e os bancos. Ele também anunciou que vai solicitar à Febraban dados consolidados sobre a inclusão de negros, deficientes e mulheres nas instituições financeiras

Fonte: Contraf