A Caixa como empresa 100% pública pode estar com os dias contados. Segundo matéria do jornal Estado de S. Paulo (Estadão) de segunda-feira (9/5), o pretenso presidente Michel Temer sinalizou que vai promover a abertura de capital da Caixa Econômica Federal em até 24 meses.

De acordo com a equipe de Temer, o banco precisa sofrer uma espécie de saneamento operacional, com a privatização de três áreas: seguros, loterias e cartões. O já indicado por Temer para novo presidente, Gilberto Occhi, aponta em seus discursos que tais procedimentos serão fundamentais para que a instituição volte a se concentrar na atividade bancária.

Temer já sinalizou que haverá uma operação "pente fino” na Caixa, especialmente na questão dos subsídios. É bom lembrar que a Caixa é o principal financiador do Minha Casa, Minha Vida e do Bolsa Família.

A equipe de Temer indica que para a abertura de capital será preciso rever o preço que o banco estatal cobra pelos serviços prestados ao governo federal, como a administração de fundos (como o FGTS) e o pagamento de benefícios, incluindo o Bolsa Família.

É interessante destacar que ao deixar de ser uma empresa estatal integral e passando a ter parte do capital entregue a investidores privados, o país sofrerá grande impacto político e econômico, sobretudo em programas estruturantes que estão em curso desde 2004.

Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, essa investida contra a Caixa já era esperada. “Há uma ofensiva neoliberal e privatizante no Congresso Nacional, a exemplo do PLS 555 e agora com essa noticia da intenção de abrir o capital da Caixa. Temos que nos mobilizar e retomar a campanha pela manutenção da Caixa 100% pública. Só a nossa mobilização pode barrar a avalanche neoliberal escondida por trás do golpe”, ressaltou.

Fonte: FEEB BA/SE