Em um momento em que o retrocesso ameaça a todos, a unidade e a resistência dos trabalhadores é fundamental. Essa foi a síntese dos pronunciamentos dos dirigentes que participaram da abertura conjunta do 32º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef) e do 27º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNF-BB), realizada na manhã desta sexta-feira (17), no Hotel Holiday In, em São Paulo (SP). Os eventos prosseguem até domingo, 19 de junho, com debates sobre a defesa das empresas públicas e da democracia, melhorias nas condições de trabalho, entre outros temas.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Roberto Von der Osten, fez um discurso contundente convocando a categoria bancária para se mobilizar contra qualquer tentativa de retrocessos nos direitos dos trabalhadores e nas políticas para redução da desigualdade social no Brasil. “Juntos e unidos vamos mudar essa conjuntura e vencer”, conclamou. Ele disse que os trabalhadores não vão aceitar a retomada da agenda neoliberal que os empresários e o governo interino e ilegítimo tentam impor.  

“Vivemos uma conjuntura difícil. Não é um golpe contra Dilma e a democracia simplesmente e para abafar a corrupção, mas sim para tirar direitos de cidadania. É um golpe de classe para passar o projeto neoliberal e abrir o país para o mercado internacional”. Essa foi a análise feito pelo Presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (CTB), Emanoel Souza, durante sua contribuição na mesa de debate da abertura dos Congressos.

Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, a intenção do governo de plantão é acabar com os programas sociais que ajudaram a tirar o Brasil do mapa mundial da fome. “A conjuntura colocada vai exigir resistência dos trabalhadores. Acredito na capacidade de luta e de mobilização da nossa categoria”, disse. Ele também enfatizou a árdua batalha contra o PL 4918, antigo PLS 555. “Fizemos diversas mobilizações e conseguimos alterações significativas no PLS 555. O projeto agora volta ao Senado. Ainda não podemos nos desmobilizar”, alertou.

Mobilização e resistência
 
Os representantes das diversas forças políticas que compõem o movimento sindical e bancário reforçaram a necessidade de mobilização e resistência contra o golpe. Fábio Bosco, da Conlutas, defendeu a organização de uma greve geral para derrubar o ajuste fiscal e impedir as reformas trabalhista e previdenciária. Dérik Bezerra, diretor do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo e da Intersindical, observou: “O que está por trás do governo golpista é o interesse de classe, que visa acabar com os direitos conquistados pela classe trabalhadora”.

Sergio Farias, representante da Fetrafi/RJ-ES, afirmou que a mobilização nacional, com a unidade de todas as entidades representativas dos trabalhadores, é fundamental para reverter a atual conjuntura. Já Jeferson Rubens, da FEEB SP/MS, enfatizou: “Precisamos construir a unidade para assegurar a manutenção dos nossos direitos e avançar. A abertura conjunta dos dois congressos e o seminário sobre os bancos públicos que queremos é fundamental para construção dessa mobilização”.

O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Emanoel Souza, enalteceu a atuação das mulheres que foram às ruas protestar contra a agenda de retrocessos do governo ilegítimo e o Congresso Nacional conservador. “Vivemos uma conjuntura difícil. Não é um golpe contra Dilma e a democracia simplesmente, e para abafar a corrupção, mas sim para tirar direitos de cidadania. É um golpe de classe para passar o projeto neoliberal e abrir o país para o mercado internacional”, avaliou. Júlio Cesar Soares, da Fetrafi/RS, atestou: “Lutar contra toda essa pauta regressiva é fundamental”.

Debates

A programação dos congressos dos trabalhadores da Caixa e do Banco do Brasil continuam nesta sexta-feira (17), com a aprovação dos Regimentos intenos e apresentações das teses. No sábado (18), os Congressos prosseguem com os debates nos grupos e a apresentação de relatórios. Já no domingo, acontece a plenária final do BB e CAIXA, que definirá a pauta de reivindicações específicas para a Campanha Nacional 2016. 

Presidente (Carlos Alberto) e Diretor de Formação Sindical (Talles Lins) do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região, participam dos trabalhos até o domingo (19) em São Paulo.

Fonte: Redação com FENAE