Aconteceu neste fim de semana (18 e 19) o Encontro de Comunicadores pela Democracia, que reuniu os jornalistas e ativistas da Frente Brasil Popular para discutirem os rumos da luta contra o golpe. O evento é sediado no Sindicato dos Bancários de São Paulo e teve a presença do presidente da CTB, Adilson Araújo, na mesa de abertura.

Adilson falou sobre a necessidade de união na luta contra a narrativa anti-progressista estabelecida pela imprensa comercial, e enfatizou a superação das diferenças no esforço de oferecer uma visão de sociedade à esquerda. "Não dá pra dizer, hoje, que os jornalistas do nosso campo têm uma ideia comum de como se deve proceder. Peguemos por exemplo a questão da reforma política: mesmo sabendo que todo mundo queria que isso fosse adiante, a gente ficou dividido entre dois projetos que acabaram enfraquecendo um ao outro", disse.

Mais adiante, lembrou que é necessário fazer uma auto-crítica sobre as políticas da comunicação nos governos petistas: "Não dá pra esquecer também que essa luta foi muito prejudicada pela distribuição do próprio financiamento da publicidade oficial, que mesmo nesses governos progressistas foram 90% para o grande capital. As iniciativas foram tímidas, inclusive para fortalecer a EBC e o setor público, e isso tudo afeta a nossa capacidade de contar a história por uma outra perspectiva".

O objetivo da atividade é dar maior coesão e organizar a rede de comunicadores da Frente. A primeira mesa teve como eixo o tema “Unidade: a bandeira da esperança” e contou com a participação de lideranças que compõem a articulação, como Janeslei Alburque, da CUT, e João Paulo, do Movimento Sem Terra.

Janeslei falou sobre as motivações da grande imprensa em ter apoiado o golpe contra Dilma, analisando a trajetória da elite nacional desde a época da Constituinte. "Eu lembro, até hoje, dos deputados da Constituinte que assinavam os termos de compromisso com a gente e logo em seguida votavam contra o que haviam dito. Isso não mudou. O grande drama brasileiro é sofrer de uma burguesia e de um empresariado que não têm projeto nenhum para o país. Sem compromisso com a construção da sociedade, só conseguem se enxergar como clientes das nações dominantes, contribuindo com os interesses delas ao invés dos nossos", analisou.

A cobertura da luta política foi o tema na segunda mesa. Membros dos Jornalistas Livres, Brasil de Fato, TVT, Marcha das Mulheres e do Mapa da Democracia falaram sobre a construção dos elementos da contra narrativa como reportagem, a elaboração de materiais impressos, audiovisual, a construção de uma mídia militante e segurança na internet.

O debate sobre a política nacional da comunicação da Frente Brasil Popular aconteceu na terceira mesa e teve como protagonistas as entidades que compõem a Central de Mídia da Frente Brasil Popular, como Barão de Itararé, CUT e Mídia Ninja.

Ainda no sábado, foi organizada uma atividade cultural na quadra dos Bancários, o "Arraial da Democracia".

No domingo, dia 19, o Encontro organizou oficinas de técnicas de comunicação popular: lambe, audiovisual, transmissão ao vivo, diagramação e criação de memes, redes sociais, rádio e fotografia.

Portal CTB