A CTB se uniu a familiares e amigos do sindicalista Paulo Colombiano e da esposa Catarina Galindo para realizar protesto contra a morosidade no julgamento dos acusados pelo assassinato do casal, que completa seis anos nesta quarta-feira (29/06). O ato foi realizado em frente ao Tribunal de Justiça da Bahia, no Centro Administrativo, com a presença de lideranças dos movimentos sindical e social.
 
A manifestação chamou a atenção para a lentidão com que o caso tramita. “Nós hoje fizemos mais um protesto para não deixar que o crime caia no esquecimento. Atualmente o processo está praticamente parado, sem nenhuma perspectiva de que os assassinos sejam punidos", ressalta Geraldo Galindo, irmão de Catarina.
 
Durante o protesto, uma comissão de familiares e amigos foi recebida pela Assessoria da Presidência do Tribunal de Justiça da Bahia, que ouviu as queixas sobre as manobras utilizadas pela defesa para postergar o julgamento.
 
O presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, participou da reunião e falou sobre a necessidade de punição dos assassinos do casal. “Já são seis anos desde o assassinato e a impressão que nós temos é de impunidade. Não entendemos tanta demora em julgar um crime cuja motivação e autoria já foram apontadas pela investigação da polícia".
 
Impunidade

Paulo Colombiano e Catarina Galindo foram assassinados no dia 29 de junho de 2010, quando chegavam em casa no bairro de Brotas, em Salvador. De acordo com a polícia, o crime foi motivado pela atuação de Colombiano à frente da Tesouraria do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, onde descobriu irregularidades no plano de saúde da categoria, sob a responsabilidade da MasterMed, com desvios que chegavam a R$ 35 milhões entre 2005 e 2010.
 
Foram os donos da empresa, o oficial aposentado da PM Claudomiro César Ferreira Santana e o irmão, o médico Cássio Antônio Ferreira Santana, que mandaram matar o casal. A execução ficou a cargo de seus funcionários, Daílton Jesus, Edilson Araújo e Wagner Souza. Os acusados chegaram a ser presos, mas foram liberados para responder ao inquérito em liberdade, fato que revoltou a família, diante das provas apresentadas no inquérito enviado à Justiça.
 
Em 2014, o Tribunal de Justiça da Bahia chegou a anunciar que os réus iriam a júri popular, mas os acusados recorreram da decisão. Atualmente, aguarda-se a designação de um procurador de Justiça para se manifestar sobre o caso e, após isso, os recursos da defesa e da acusação serão julgados. Depois que houver o julgamento, caso os acusados sejam condenados, ainda cabem recursos a instâncias superiores, que podem garantir por tempo indeterminado a liberdade dos criminosos até uma decisão definitiva em um dos fóruns da Justiça.