Uma reportagem publicada nesta quarta-feira (27), em O Globo, revela que os bancos pretendem quebrar o monopólio da Caixa na administração do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que possui atualmente um saldo de mais de R$ 300 bilhões. As instituições financeiras querem aproveitar o governo golpista e entreguista de Michel Temer para meter a mãos nos recursos dos trabalhadores.

Segundo fontes do setor, os bancos estariam dispostos a pagar mais pela correção do FGTS, com a vantagem de terem acesso a recursos considerados estáveis, que lhes permitiria investir em projetos de longo prazo, com bom retorno financeiro.

O problema é que, como alertam alguns especialistas, uma eventual melhora na remuneração do Fundo poderia comprometer sua missão social, que é financiar habitação, saneamento e infraestrutura, em geral com taxas abaixo do mercado para a população mais pobre. Além disso, a centralização em uma única instituição facilita a vida do trabalhador, que não precisa abrir conta em um banco diferente cada vez que muda de emprego.

Com esta proposta, os bancos enxergam a possibilidade de ganhar na fidelização do cliente, que tende a concentrar suas movimentações financeiras em uma única instituição. Como também na remuneração pelo gerenciamento do Fundo, que rendeu para a Caixa em 2014 R$ 4 bilhões pela prestação do serviço.

Para que a quebra do monopólio da administração do FGTS ocorra é necessário a aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional, com a exigência de aprovação dos parlamentares por maioria simples. Esta é mais uma ameaça que ronda os trabalhadores no Governo Temer, que devem estar vigilantes e mobilizados em defesa de seus interesses e direitos. Lutar pela correção justa dos recursos do Fundo, mas sem colocá-los nas mãos gananciosas dos bancos privados.

Fonte: FEEB BA/SE