O 5º Encontro da Juventude Bancária da Bahia e Sergipe, aconteceu neste final de semana, nos dias 6 e 7 de agosto, no Hotel Fazenda Recanto, em Jaguaripe, reunindo 117 jovens bancários e bancárias (43 mulheres e 74 homens), representantes dos sindicatos da base, para debater a conjuntura política nacional e as novas tecnologias nos bancos.

A representação da juventude bancária de Irecê e Região, foi garantida por Salésio Dourado (BB/Canarana), Francisco Paulo Júnior (CAIXA/Morro do Chapéu), Flávio Sena (CAIXA/Morro do Chapéu) e Hugo Silva (CAIXA/Xique-Xique), acompanhados pelos diretores do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região, Gessival Rosa e Lucélia Batista.

No sábado (6/08) pela manhã, durante a abertura do evento, Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, ao falar das ameaças que os trabalhadores enfrentam com o Governo Temer, conclamou os jovens à luta: “Não há situação difícil que não possa ser superada. A chama que constrói a vitória é a juventude”.

Já Lucas Galindo, diretor de Juventude da Federação, destacou o propósito do evento diante do cenário de incerteza política em que passa o país: “O grande objetivo deste encontro é que a gente consiga respostas não definitivas, mas construir coletivamente um caminho para enfrentar os desafios que estão às portas”, declarou.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, parabenizou os jovens pela disposição em se deslocarem desde suas cidades no interior da Bahia a cidades de outro estado para participarem do evento durante o fim de semana.

Conjuntura política - Altamiro Borges, jornalista e presidente do Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé, ao falar sobre o atual momento político, observou que os trabalhadores ainda não perceberam o que está em jogo com o golpe que levou Michel Temer ao poder. Para ele, isto ocorre porque a mídia está naturalizando o golpe: “Este golpe tem a ver com o trabalhador, foi contra o trabalhador”, enfatizou.

Segundo Altamiro, o golpe não teve nada a ver com pedalada ou corrupção, mas com o desejo da elite em mudar o projeto de país, implantando a diminuição de gastos sociais, a terceirização da atividade fim, a instituição do negociado sobre o legislado, a reforma da Previdência e a entrega do patrimônio público.

Citando Perry Anderson: “O neoliberalismo não combina com a democracia”. Altamiro afirma que os trabalhadores reagirão às retiradas de direitos e, por consequência, haverá repressão aos sindicatos e movimentos sociais. “Hoje a prioridade número um é o Fora, Temer!. Iremos ter um período de intensas lutas no Brasil, lutas de rua e de ideias com a juventude na dianteira”, prevê.

Novas tecnologias no setor bancário – De fevereiro de 2012 a fevereiro de 2016, foram eliminados 34.672 postos de trabalho no setor bancário. Uma média de 654 postos por mês. Diante destes números, Vivian Machado, técnica do DIEESE, acredita que as hipóteses para a redução do emprego bancário são a terceirização e as novas tecnologias no setor.

Em sua exposição, Vivian mostrou que houve, de 2003 a 2015, um aumento de 782,4% de correspondentes bancários, enquanto as agências cresceram 35,9%. De 2011 a 2015, o relacionamento por meios de canais virtuais aumentaram 54%. As contas com mobile banking cresceram de 2 milhões em 2011 para 33 milhões em 2015.

Para a economista, as inovações no setor bancário que irão se massificar no curto prazo são o depósito de cheque sem celular, a carteira digital (armazena dados dos cartões de crédito para transações no comércio eletrônico), o NuBank (cartão sem banco, anuidade ou tarifas), o home office (trabalho bancário em casa),o banco totalmente digital e a comunicação por proximidade (smartphones, relógios, óculos etc). Já o futuro das transações bancárias será o Bitcoin, uma moeda digital e sistema de pagamento baseado em protocolos de internet e código aberto, criada em 2009.

Vivian avalia que há quatro tendências de grande impacto no mundo do trabalho nos bancos: redução de bancários nas funções vinculadas a transações financeiras; redução de trabalhadores nas funções de apoio; alteração de conteúdo do trabalho bancário; e mudanças na organização da categoria e no sindicalismo bancário. Num cenário em transformação, ela conclamou os jovens bancários a se organizarem e lutarem por seus direitos e conquistas.

Grupos de trabalho - À tarde, foram formados grupos para discutir questões envolvendo o trabalho nos bancos e apresentadas sugestões para melhorar a atuação da Federação dos Bancários junto à juventude.

No domingo (7), pela manhã a programação seguiu com a apresentação do resultado dos trabalhos em grupo, com a exposição sobre a Campanha Salarial 2016 pelo presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, finalizando com a aprovação das deliberações do Encontro na plenária final.

A Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região, Lucélia Batista, parabeniza a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, pela organização do evento e por conseguir realizar pelo quinto ano consecutivo o Encontro com os jovens. “É extremamente necessário e importante que todas as categorias e demais entidade sindicais, promovam eventos como este, envolvendo a juventude para que facilite o processo de renovação do movimento sindical”, desta a dirigente sindical.  

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Irecê e Região e membro da Comissão da Juventude Bancária da Bahia Hugo Silva, reunir os jovens bancários às vésperas do Lançamento da Campanha Nacional e entrega da minuta de reivindicações aos banqueiros é mais que oportuno. “Mobilizar a juventude de dois estados durante todo um fim de semana, com uma programação repleta de exposições e debates importantíssimos para a organização do movimento diante do cenário complicado que estamos vivendo, com certeza prepara a categoria para os enfrentamentos dos próximos dias de luta”, destaca o diretor e empregada da Caixa Econômica Federal, Hugo Silva.

Da Redação com FEEB BA/SE